segunda-feira, 6 de junho de 2016

PROF. DR. FLAMÍNIO FÁVERO

Eliana Belo Silva
Texto originalmente publicado no Jornal Exemplo em 20/05/2016
Onde escrevo semanalmente na coluna "Identidade Indaiatubana"



Flamínio Fávero foi um médico brasileiro nascido no dia 26 de outubro de 1895. 

No site da Academia de Medicina de São Paulo, uma das poucas referências que existe sobre sua biografia na Internet, consta que ele nasceu em São Paulo, informação que penso precisa ser melhor confirmada, uma vez que ele foi batizado na Igreja Nossa Senhora da Candelária e aqui em nosso município passou sua infância, estudando na escola local municipal, chamada então de Grupo Escolar.

Em seguida Flamínio foi estudar em Itu para finalmente ir para a primeira turma da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo, formando-se com 24 anos em 23 de fevereiro de 1919 após notável defesa de tese aprovada com “grande distinção” naquela que mais tarde se constituiria como uma das unidades da Universidade de São Paulo (USP).

Flamínio Fávero foi um dos vultos de destaque nos círculos médicos pela inovação de suas pesquisas publicadas sobre um assunto pioneiro do que na época era caracterizado como reeducação de criminosos.

Logo após sua formação, Dr. Flamínio conquistou, através de concurso, uma cadeira na área de Higiene e Medicina Legal da Faculdade de Medicina. Em 20 de dezembro de 1923 foi indicado para reger a cátedra de Medicina Legal na mesma Escola, onde chegou a ser vice-diretor desta Faculdade, Secretário, membro do Conselho Técnico Administrativo e finalmente Diretor.

Fez parte do Conselho Penitenciário e do Conselho Médico-Legal do Estado de São Paulo. No Instituto Oscar Freire realizou para mais de cem trabalhos, muitos deles originais. Destacam-se entre suas obras: “Medicina Legal dos Acidentes de Trabalho e das Doenças Profissionais” em colaboração com os professores Afrânio Peixoto e Leonildo Ribeiro; “Deontologia Médica e Medicina Profissional (1930); “Acidentes do Trabalho, em colaboração com Afrânio Peixoto, Leonildo Ribeiro e Barros Barreto (1934); Medicina Legal (1938), obra premiada pela Faculdade de Medicina e pela Sociedade Legal e Criminologia, entre outros. 

A obra “Medicina Legal” foi muito esperada, pois nela ele compendiou mais de 20 anos de experiência, inclusive advinda de seu grande mestre Dr. Oscar Freire, médico formado na Bahia que foi o primeiro, a convite do Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho, a reger a cátedra de Medicina Legal. 

Ainda sobre a obra ‘Medicina Legal”, ela tratou de temas como Traumatologia, Infortúnios do trabalho, Tanatologia, Sexologia; Criminologia, Psicopatologia e Legislação, constituindo exatamente o conteúdo do programa de ensino na Faculdade de Direito de São Paulo.

Por possuir habilidades que hoje classificamos como transversalidade entre as ciências, esse livro de Flamínio Fávero foi uma referência utilizada por muitos juristas, uma vez que todos os capítulos eram assim divididos: na primeira parte, transcrevia a legislação vigente; em seguida, expunha em síntese, a doutrina médico-legal; no terceiro, por fim, formulava as regras práticas da perícia integrando em linguagem e técnica impecável a ânsia dos profissionais da época.



Flamínio Fávero foi sócio correspondente e honorário das mais importantes sociedades de criminologia e medicina legal do mundo e colaborou em revestias especializadas de maior respeitabilidade em sua época.

 Faleceu em 12 de fevereiro de 1982.


Composição Musical Lyra Indaiatubana do início do século XX.
No centro, o maestro Francisco Fávero.
Flamínio Fávero é o menino com flauta transversal.

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