segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Primeiro marco geográfico de Indaiatuba é indicado para tombamento - um VIVA(!) à nascente do Córrego Belchior

Até o século XIX, Indaiatuba foi bairro de Itu, no entanto, suas origens remontam à tradição rural como uma região de paragem na rota de tropeiros, inserida em uma rede de caminhos formados por pousadas, capelas, freguesias, vilas e cidades da Capitania de São Paulo, que irradiava em várias direções, como por exemplo o Caminho da Vacaria, Caminho das Missões, Caminho de Curitiba, Caminho de Palmas, e mais especificamente o Caminho do Viamão - também chamado de Caminho das Tropas ou Estrada Real - muito percorrido pelos tropeiros paulistas, que saia de Viamão no Rio Grande do Sul e passava pelos estados de Santa Catarina e do Paraná até chegar em Sorocaba, no estado de São Paulo.

Esses “caminhos” não eram estradas, eram somente trilhas ou vias abertas originalmente pelos nativos e foram utilizadas até quando teve início a implantação dos meios de transportes mais modernos, principalmente a ferrovia e mais tarde, rodovias. Nessas trilhas, por motivos óbvios, existiam muitas aguadas e a Nascente do Córrego Belchior, localizada na atualmente área denominada como "Praça da Nascente" foi uma delas.

A nascente do Córrego Belchior pode ser identificada como o mais antigo marco geográfico da atual zona urbana de Indaiatuba. E por ter relevante importância na História de Indaiatuba, o vereador Arthur Spíndola apresentou uma Indicação, na sessão da Câmara Municipal de Indaiatuba no dia 7 p.p. que o Poder Executivo, através da Secretaria da Cultura faça o tombamento do local.


O vereador Arthur Spíndola justificou que

"A Nascente do Córrego Belchior, localizada na Praça da Nascente, faz parte do já reconhecido “Conjunto arquitetônico nº 01” do nosso município, que engloba a Igreja Matriz da Candelária, Casarão Pau Preto, Casa nº 1, Praça Leonor de Barros Camargo, Rua Augusto de Oliveira Camargo e suas edificações, Estação Ferroviária, leito da Ferrovia incluindo o Pontilhão e nascente do Córrego Belchior, sendo assim relevante patrimônio cultural material. O Município já adota programas voltados à proteção, recuperação e ou conservação das nascentes e elevar essa ao status de patrimônio tombado reforça o zelo com as áreas de preservação permanente, destacando a importância e renovando esse compromisso. Historicamente, a nascente era usada como bica e ponto de parada desde antes da homologação de Indaiatuba à condição de município. O local, quando aqui ainda era uma vila de Itu, era usado por tropeiros em suas missões de entradas e bandeiras. Pelo valor histórico e ambiental, já considerado na ocasião de tombamento de outros elementos materiais dos arredores do local, indico estudo de viabilidade para tombamento da Nascente do Córrego Belchior."

 

O blog parabeniza a apresentação do vereador Arthur Spíndola e os demais vereadores do Parlamento Municipal, que aprovaram por unanimidade a indicação, reconhecendo a importância de agregar valor cultural a essa importante fonte de água.

Que o Conselho Municipal de Preservação possa dar robustez à Indicação a essa iniciativa que reconhece o patrimônio natural como uma extensão tipológica do patrimônio cultural.


Biquinha da nascente do Córrego do Belchior
 (provavelmente década de 1960 /1970)
Crédito: Roberto Ulitska



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