Parece-nos, todavia, importante sublinhar que o momento em que essas obras estão sendo executadas nas igrejas paulistanas corresponde a um período de reativação da vida econômica da Capitania de São Paulo.
Antes mesmo de se dar a restauração político-administrativa (1764), S. Paulo já vinha mantendo com as regiões mineradoras constante atividade comercial, num período em que as lavras ainda não haviam dado sinais de decadência.
O problema de que mais se ressentia era o do expurgo migratório, decorrente da atração exercida pelas atividades extrativas. Porém, os paulistas haviam descoberto na 3ª década do século XVIII um outro fi lão bastante promissor, com a conquista e abertura do Caminho para os Campos do Viamão, no extremo Sul da Colônia, aonde iam em busca de animais muares para suprir as necessidades de transporte da região mineradora.
Era uma nova atividade comercial que surgia – o Tropeirismo que viria se consolidar já no início da segunda metade do dezoito com a política de defesa e povoamento de toda regional meridional, implementada por Morgado de Mateus.
Afora isso, é bom lembrar que foi a partir desse mesmo governante que em São Paulo são estimuladas as atividades agrícolas, de onde resulta o desenvolvimento da agroindústria do açúcar em território paulista, inserindo a Capitania pela primeira vez nos quadros da Economia Colonial, e em razão da qual desponta no último quartel do século, a cidade de Itu como uma das mais prósperas do planalto paulista.
Da mesma forma, no litoral, Santos se benefi cia de sua função portuária, dando os primeiros passos a caminho de sua importância futura.
A cidade de S. Paulo, por seu turno, que era o entroncamento natural das vias de comunicação existentes (sejam aquelas que conduziam às cidades mais próximas do interior ou do litoral, sejam aquelas abertas em direção às regiões mineradoras ou a caminho de São Pedro do Rio Grande do Sul), beneficia-se mais amplamente dessa gama de atividades e relações de interesses que para ela confl uem e, como centro de decisão política, administra.
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