sexta-feira, 5 de julho de 2019

Indaiatuba decifrada

 Conheça mais alguns dos homenageados com

nomes de ruas e avenidas em nossa cidade


:: Por CYNTHIA SANTOS

Texto originalmente publicado na Revista da Tribuna com a seguinte introdução:

"A Revista da Tribuna volta a trazer nesta edição mais um pouco da história de Indaiatuba. Os moradores mais antigos podem até ter conhecido algumas personalidades que dão nomes às ruas e avenidas do Município, mas como Indaiatuba tem um grande número de pessoas que adotaram a cidade como sua morada há pouco tempo, nem todos sabem quem são os ilustres personagens que emprestam seus nomes às vias públicas.

Alguns se destacam por ter participado da vida política da cidade; outros pelos trabalhos sociais em entidades. Mas todos se encaixam no mesmo requisito: receberam a condecoração merecidamente."

Jacob Lyra

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A via que recebe o nome de Jacob Lyra, no Parque das Nações, abriga órgãos públicos como o Banco do Povo e o Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT). A homenagem é justa: ele foi prefeito de Indaiatuba por dois mandatos, de 10 de junho a 31 de dezembro de 1947, e de 1º de janeiro de 1952 a 31 de dezembro de 1955.

Jacob Lyra nasceu em 17 de outubro de 1899, em Indaiatuba. Era filho de Luiz e Giserda Lyra, e teve 14 irmãos. Foi casado com Maria José de Assis, com quem teve um filho, Hélio. Envolvido na vida política da cidade, sempre fez campanhas a pé, de porta em porta, já que nunca teve carro, segundo entrevista concedida à Tribuna em 1986. Seu maior orgulho foi ter lutado pela construção do Ginásio Municipal de Esportes, concluído na gestão do ex-prefeito Lauro Bueno de Camargo. Entre as suas realizações no Município em seu segundo mandato estão a construção de um posto de saúde e do Hospital e Maternidade Leonor Mendes de Barros. Este, seria hoje o prédio onde está instalada a unidade 2 da Fundação Indaiatubana de Educação e Cultura (Fiec), no bairro Cidade Nova.

Lyra também foi responsável pela instalação de dois consultórios de dentistas, em Itaici e no centro da cidade, e pela construção do Grupo Escolar Itaici. Também construiu a Escola Mista no Bairro Santa Cruz e deu início à construção de um Ginásio Municipal. Ainda foi responsável pela pavimentação de 38 mil metros de ruas da cidade, pela abertura da estrada que liga Jundiaí ao bairro Itaici, e inaugurou o prédio da delegacia e da cadeia com recursos do governo do Estado. Faleceu em 1987, aos 88 anos.


Zephiro Puccinelli

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O farmacêutico e manipulador de medicamentos Zephiro Puccinelli dá nome para uma das ruas mais conhecidas do Jardim Morada do Sol. Nela, ficam a Unidade Básica de Saúde “Dr. Mário Paulo” (Mini-Hospital), a Faculdade Unopec e a Paróquia Santo Antônio. A homenagem deve-se aos trabalhos filantrópicos de Puccinelli no Município.

Nascido em 14 de junho de 1898, em Monte Mor, era filho de Pedro e Francisca Puccinelli. Tinha quatro irmãos: Germano, Amadeu, Aurora e Mariana. Zephiro se formou em 1926 no curso superior na Escola de Farmácia de Ribeirão Preto. Dois anos depois, mudou-se para Indaiatuba, onde viveu até sua morte, em 30 de janeiro de 1953. Foi casado com Glória, com quem teve os filhos Maria da Glória e Joab José. Além de Indaiatuba, exerceu a profissão de farmacêutico em Jaboticabal, Monte Alto e na cidade natal, Monte Mor.

Segundo os arquivos da Fundação Pró-Memória, Puccinelli era colaborador de asilos e orfanatos e participou da vida do Município em todas as atividades relacionadas a sua profissão. Além da ajuda à entidades, consta que o farmacêutico, que era proprietário de um estabelecimento no cruzamento das ruas 7 de Setembro e Pedro de Toledo, atendia muitos clientes sem cobrar pelos serviços, indo até mesmo nas residências fazer atendimento. 

Major Alfredo de Camargo Fonseca

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A Avenida Major Alfredo de Camargo Fonseca, mais conhecida como a “Avenida da Santa Rita”, tem como homenageado um homem que dirigiu Indaiatuba por 30 anos, cinco meses e oito dias. Filho de Luiz Augusto da Fonseca e Brasília de Camargo Fonseca, Alfredo nasceu em Itu, em 16 de junho de 1869. Cursou o antigo primário no Colégio São Luiz, em sua cidade natal, e o secundário no Colégio Northon, em São Paulo.

Segundo os arquivos municipais, desde jovem Major Alfredo de Camargo Fonseca dedicou-se à lavoura, tendo adquirido a Fazenda Santa Maria, em Indaiatuba. Mais tarde, tornou-se proprietário de uma cervejaria, também sediada na cidade. Teve a infância marcada por idéias republicanas do pai, que era membro da Convenção Republicana de Itu. Devido à influência política desde a mais tenra idade, na fase adulta tornou-se presidente do Partido Republicano em Indaiatuba, dedicando-se praticamente até o final de sua vida à política. Foi prefeito da cidade por quase 30 anos não consecutivos.

Deixou a vida política em 1939, para cumprir um decreto do então presidente da República Getúlio Vargas, que proibia o exercício do cargo de prefeito a cidadãos com mais de 68 anos de idade. O major faleceu dois anos depois, aos 71. Sua esposa, Francisca Silva Dineli, ao saber de sua morte, teve um infarto fulminante e acabou sendo sepultada ao lado do marido, no Cemitério da Candelária. Em 1997, no aniversário de 56 anos de morte, um novo túmulo, de granito, foi inaugurado para o casal. Entre os feitos de major Alfredo de Camargo Fonseca à frente da administração municipal, está a preocupação com o abastecimento de água. Em 1906, começou a buscar crédito para resolver o problema. Dois anos depois, enquanto não conseguia recursos para uma estação de tratamento de água, mandou instalar torneiras nas esquinas da área central para que os habitantes pegassem água. Em 1915, mandou construir uma represa, caixa de bombas, lavanderia e a caixa d’água abaixo da linha férrea, no Bairro Santa Cruz.


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