quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

Candelária, Hospital e Mosteiro: a Trilogia do Barroco e Neocolonial em Indaiatuba

Candelária, Hospital e Mosteiro

A Trilogia do Barroco e Neocolonial em Indaiatuba




Ilustração 01: trilogia do patrimônio histórico de Indaiatuba que tem o Barroco como fonte, a Candelária autenticamente rococó enquanto o Hospital e o Mosteiro são releituras Neocoloniais.

O Barroco

Quando falamos em Barroco, nos referimos a um movimento artístico autêntico que sucedeu o Renascimento na Europa a partir do séc. XVI, propondo uma estética que buscava explorar a ideia de movimento, contrastes na iluminação e expressividade extrema. É uma linguagem de exageros que visava despertar sensações e emoções no apreciador. Durante o Maneirismo, movimento que pode ser entendido como início do Barroco, temos os indícios de que a razão renascentista seria sobrepujada pela subjetividade. Um dos primeiros atos que levam à ruptura que iniciará o Maneirismo é a utilização de uma ordem colossal de colunas no frontispício da Basílica de São Pedro, em Roma, idealizada por Michelangelo, na intenção de desprezar as rígidas regras dos tratados clássicos, propondo mais liberdade na utilização dos elementos formais — arcos, colunas, entablamentos, entre outros — adotando um raciocínio mais fluido e dinâmico.

Alguns elementos acabam por se tornar típicos do Barroco, como o arco abatido, a coluna torsa, a folha de acanto estilizada, a concha do mar (rocaille) e as volutas, além do uso da perspectiva e das curvas elípticas como elementos compositivos.

Durante a Contrarreforma da Igreja Católica, proposta no Concílio de Trento no início do séc. XVI, são estabelecidos novos parâmetros para a construção de igrejas, e as “Regras de Fabricação” promulgadas por São Carlos Borromeu determinam a forma de toda a arquitetura religiosa que veio ao Brasil nessa época. Nosso país é colonizado durante o movimento barroco, e o reflexo é claro em toda a produção de edifícios desde a chegada dos primeiros portugueses até o séc. XIX, tendo um de seus maiores expoentes na obra do mestre Aleijadinho, em Minas Gerais.

Em Indaiatuba, a Igreja da Candelária, em seu formato original, refletia os últimos suspiros do Barroco no Brasil. Apesar das reformas e modernizações sofridas, ainda hoje podemos observar elementos característicos desse movimento: o frontão alteado, os arcos abatidos e os entalhes dos balcões que se abrem sobre o presbitério são o que nos resta da estética inicial desta igreja.


Ilustração 02: Arcos abatidos, frontão alteado e entalhes barrocos são características originais da Candelária 

Ilustração 03: o Frontão Barroco cortado, que chamamos de alteado da igreja da Candelária é tão importante e original que foi referência para a igreja de N. Sra. do Perpétuo Socorro em São João da Boa Vista, apesar de parecidas existem mais de 100 anos de diferença entre elas.



Ilustração 04: Exemplo de barroco da Igreja da Candelária de Itu, totalmente preservado 


Os estilos ecléticos e o Neocolonial

A chegada ao Brasil dos artistas da Missão Francesa, em 1816 — poucos anos após a vinda da família real — marca nossas primeiras obras em estilo neoclássico, realizadas pelo arquiteto Grandjean de Montigny.

A Revolução Industrial é um fator determinante para a criação de um novo movimento artístico que irá suceder o Barroco, chamado Ecletismo, cujo início é marcado por nova reutilização da estética da Antiguidade Clássica, denominada estilo neoclássico.

Em atendimento às necessidades da produção industrial, o Ecletismo do séc. XIX passa a criar sucessivos estilos, através de releituras da estética de movimentos artísticos passados e seus regionalismos. O prefixo “neo” determina as designações dessas releituras, a exemplo do Neoclássico e Neogótico, e infere um novo atributo à produção artística: a “moda”.

A palavra “moda” vem de “moderno” e foi criada para incentivar o desejo de substituição de um produto antes mesmo de este estar deteriorado, por meio da aspiração ao status privilegiado. A produção industrial substitui a produção artística original e o produto único, pelo produto industrializado, prêt-à-porter, que acaba por possuir um estilo que define sua estética. O séc. XIX e o início do séc. XX são marcados pela criação de novos e sucessivos estilos, que se superam a cada nova “tendência”.

É nessa realidade que, no início do séc. XX, tem início a discussão que leva à criação de um estilo brasileiro, em substituição aos modismos europeus — em especial os trazidos pela modernidade ferroviária.

O estilo Neocolonial é, paradoxalmente, uma recuperação do Barroco brasileiro, cujo Ecletismo pretendia suceder e superar como movimento artístico. Na busca por uma referência a ser adotada como estilo brasileiro, atendendo a ideologias nacionalistas existentes no início do séc. XX, foi utilizada a única opção possível: o Barroco. (Excetua-se desse raciocínio apenas o “estilo marajoara”, usado em arte decorativa, que tinha como referência a cultura indígena pré-colombiana que habitou a Ilha de Marajó, no Pará.)

Foi nesse Zeitgeist que Dona Leonor de Paula Leite de Barros contratou o maior nome do Ecletismo brasileiro, o arquiteto Ramos de Azevedo, para desenvolver o desenho do Hospital Augusto de Oliveira Camargo, inaugurado em 1938, considerado um dos mais importantes exemplares do Neocolonial no Brasil, tombado em 2004 por decreto do então prefeito de Indaiatuba José Onério.

                      Ilustração 05: Alpendre principal do Hospital Augusto de Oliveira Camargo.


Ilustração 06: Fachada da Capela voltada para o Pátio interno.


                                         Ilustração 07: inauguração do HAOC vista do pátio interno

Poucos anos após a inauguração do Hospital Augusto de Oliveira Camargo, é edificado outro inestimável patrimônio histórico do Neocolonial de Indaiatuba: o Seminário Jesuíta de Itaici.



O Mosteiro de Itaici e a Arquitetura Neocolonial em Indaiatuba


Ilustração 08: Exemplos de arquitetura Neocolonial do Sec. XX no Brasil


Ilustração 09: o Neocolonial foi tão popular em meados do Sec. XX que tivemos até posto de gasolina, na Rua Bernardino de Campos, em frente a Praça Prudente de Morais.


Edificado entre 1951 e 1955 em área pertencente à antiga Fazenda Taipas, de João Tibiriçá Piratininga, ocupa parte do local que já foi conhecido como Sítio Itaicy, quartel do bandeirante Antonio Pires de Campos — o Pai Pirá — na época do início da colonização portuguesa do Brasil. Atualmente, o local possui dois conjuntos arquitetônicos: Vila Kostka, que chamamos de Mosteiro, é a edificação mais recente; e Vila Manresa, localizada em terreno menos elevado, mais próxima à curva do Rio Jundiaí, é remanescente da edificação original da sede da Fazenda Taipas. São dois sítios distintos, cada um com sua história.

O nome “Mosteiro de Itaici”, como é conhecido pela população indaiatubana, acabou sendo adotado pelos jesuítas para designar o Seminário de Vila Kostka, como que uma homenagem à população local, que sempre chamou o local de “mosteiro”, por consequência chamando os clérigos de “monges” — o que não é verdade. Os jesuítas não são uma ordem monástica, e Vila Kostka não foi concebida para ser um mosteiro, claustro ou convento. O uso do nome “Mosteiro de Itaici”, amplamente adotado atualmente pelos jesuítas, é uma referência clara ao respeito à identidade, às tradições e à história da população de Indaiatuba em sua relação de admiração com o local.


Ilustração 10: O Projeto do Mosteiro de Itaici teve como referência a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária do Rio de Janeiro, construída em 1948.

Seu desenho teve como referência a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária (ESAMV), edificada em 1948 pelo arquiteto e paisagista Eugênio de Proença Sigaud no município de Seropédica, no Rio de Janeiro.


Ilustração 11: Elementos de repertório eclético fazem parte da composição Neocolonial da Fachada da Igreja Jesuíta de Santo Inácio de Loyola no conjunto de Vila Kostka


Ilustração 12: Vista da fachada da ala esquerda de Vila Kostka, o pátio interno e detalhe do interior em piso de ladrilhos hidráulicos 


Ilustração 13: Fachada da Igreja Jesuíta de Santo Inácio de Loyola, peça central do conjunto de Vila Kostka, chamada carinhosamente de Mosteiro de Itaici


Nos projetos do Hospital Augusto de Oliveira Camargo e no Mosteiro de Itaici, podemos identificar elementos do repertório eclético neocolonial. Arcos abatidos, volutas e frontões alteados utilizam a abstração das curvas retiradas da natureza — de acantos e conchas. Essa redução dessas formas a um conceito geométrico, racionalizando e abstraindo a realidade e adaptando-a a um ideário ou a necessidades técnicas de construção, é a semente plantada do Neocolonial (também presente no estilo Art Nouveau e Art Déco) e que irá contribuir para o florescimento do modernismo no Brasil, em especial nos projetos de Oscar Niemeyer.




Conclusão

A planta maneirista da Igreja da Candelária e os elementos remanescentes de seu formato original tornaram-se clara referência para nossos edifícios neocoloniais — tanto o Hospital Augusto de Oliveira Camargo quanto o Mosteiro de Itaici.

Esta trilogia da arquitetura indaiatubana simboliza a autofagia que transformou nosso Barroco em Neocolonial, proporcionando estéticas semelhantes, mas com histórias antagônicas: uma delas, a do artesão e do ofício; as outras, das novas tecnologias, da Revolução Industrial e da modernidade sob o viés do século passado.


____________________________________________________________________________________________
Este post está vinculado com outro texto escrito para crianças sobre o mesmo assunto.

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

A Trilogia Histórica de Indaiatuba: Candelária, Hospital e Mosteiro ***

 A Trilogia Histórica de Indaiatuba: Candelária, Hospital e Mosteiro

Uma viagem no tempo para crianças!

Charles Fernandes


Você sabia que Indaiatuba tem três prédios muito importantes que contam a história da nossa cidade? Eles são como “máquinas do tempo”, que nos ajudam a entender como as pessoas viviam, pensavam e construíam no passado.

Esses prédios são:

🏰 A Igreja da Candelária

🏥 O Hospital Augusto de Oliveira Camargo

⛪ O Mosteiro de Itaicí

Cada um deles foi construído em uma época diferente e tem um estilo próprio. Vamos conhecer?

Ilustração 01: Você já viu esses três lugares importantes de Indaiatuba? A Candelária, o Hospital e o Mosteiro fazem parte da nossa história! Quando visitar algum deles, tire uma selfie e mostre pra gente! 


1. A Igreja da Candelária – O Barroco em Indaiatuba

O primeiro estilo importante é o Barroco. Ele apareceu há muitos séculos na Europa e é famoso por:

  • Muitas curvas
  • Bastante brilho e contraste
  • Enfeites chamativos
  • Sensação de movimento

Era um estilo que queria emocionar quem olhasse para ele.

A Igreja da Candelária, aqui em Indaiatuba, foi construída quando o Barroco estava quase no fim no Brasil. Por isso, ainda hoje podemos encontrar detalhes típicos desse estilo, como:

✨ O topo da fachada com curvas

✨ Arcos com formatos diferentes (arcos abatidos)

✨ Entalhes e ornamentos bem trabalhados

Mesmo com reformas, esses pedacinhos do Barroco continuam lá, como pistas do passado.

Ilustração 02: Olha esses detalhes da Candelária! Os arcos, o topo e os enfeites parecem até obras de um artesão mágico do Barroco. Quando estiver por lá, veja se você consegue descobrir algum detalhe escondido!


Ilustração 03: Esse é o interior barroco da Igreja da Candelária de Itu — ele é todo preservado! Você já visitou? Se for lá, tente encontrar os enfeites dourados e conte qual você achou mais bonito. 


2. O Hospital Augusto de Oliveira Camargo – O Neocolonial

Com o tempo, surgiram novos estilos de construção. No século XIX, chegou o Ecletismo, que misturava ideias de vários estilos antigos. Lá no começo do século XX, o Brasil começou a procurar um “jeito brasileiro” de construir, e daí nasceu o Neocolonial.

Esse estilo:

  • Lembra o Barroco brasileiro
  • Usa arcos, formas arredondadas e detalhes inspirados na natureza
  • Mistura tradição e modernidade

Aqui entra o nosso hospital histórico!

O Hospital Augusto de Oliveira Camargo foi inaugurado em 1938 e projetado por um dos maiores arquitetos do Brasil, Ramos de Azevedo. Ele é considerado um dos prédios mais importantes do estilo neocolonial no país!

Ele é tão importante que foi tombado como patrimônio histórico. Isso significa que ele é protegido, como um tesouro da cidade.

Ilustração 04: Esse é o alpendre principal do Hospital Augusto de Oliveira Camargo. Já reparou que ele parece entrada de filme antigo? Na próxima vez que passar por lá, tente adivinhar quantos anos essa construção tem!


Ilustração 05: Aqui está a fachada da Capela do HAOC voltada para um grande pátio que havia na época da inauguração. Quando estiver no local, veja se encontra essa capela e explore o espaço com os olhos bem atentos! 

Ilustração 06: Olha a festa de inauguração do HAOC no mesmo pátio da foto acima, você não desejaria voltar no tempo para participar e ver essa banda uniformizada tocar?


3. O Mosteiro de Itaici – Outro tesouro Neocolonial

Pouco tempo depois, entre 1951 e 1955, surgiu outro prédio especial: o Mosteiro de Itaici, que na verdade é um seminário jesuíta. Ele foi construído numa área muito antiga, onde existia a Fazenda Taipas — um lugar ligado ao início da história do Brasil Colonial!

As pessoas de Indaiatuba sempre chamaram o prédio de “Mosteiro”, e os jesuítas acabaram adotando esse nome por carinho e respeito à população.

Ele também tem características do estilo neocolonial, como:

  • Arcos
  • Curvas elegantes
  • Fachadas simétricas
  • Inspiração na natureza

É um lugar calmo, bonito e cheio de história.


Ilustração 07: O Mosteiro de Itaici foi inspirado num prédio famoso do Rio de Janeiro, de 1948. Que tal olhar para o Mosteiro e tentar descobrir o que nele parece antigo? 


Ilustração 08: Essa fachada da Igreja de Santo Inácio mistura vários estilos diferentes — é o chamado estilo eclético. Quando visitar o Mosteiro, tente encontrar quais partes parecem antigas e quais parecem mais novas!


Ilustração 09: Aqui vemos a ala esquerda de Vila Kostka e o pátio interno. Repare também no chão de ladrilhos! Se um dia visitar, veja se consegue encontrar o mesmo desenho do piso da foto


Ilustração 10: Essa é a Igreja Jesuíta de Santo Inácio de Loyola, o principal local do complexo do Mosteiro de Itaici. Você já passou por lá? Que tal visitar e fazer um desenho do que mais chamar sua atenção?



Veja abaixo outros exemplos da arquitetura neocolonial em outros lugares:


Ilustração 11: Acredita que  aqui em Indaiatuba teve até  posto de gasolina estilo Neocolonial? Este ficava na Rua Bernardino de Campos! Pergunte para alguém da sua família se eles lembram desse lugar. 


Ilustração 12: Essas construções são exemplos do estilo Neocolonial em outras cidades do Brasil. Você já viu alguma parecida na sua cidade? Se encontrar uma, tire uma foto e compartilhe! 


Conexão entre os três prédios

A Igreja da Candelária veio primeiro. Depois, o Hospital e o Mosteiro foram construídos usando ideias inspiradas no Barroco que ainda existiam na Candelária.

Ou seja:

⛪ A Candelária é como uma “mãe” dos estilos da cidade.

🏥 ⛪ Os outros dois prédios cresceram seguindo um pouco do seu jeito antigo de construir.

Mesmo assim, cada um conta uma parte diferente da nossa história:

  • Candelária → feita no tempo dos artesãos, incluindo trabalhadores negros escravizados
  • Hospital e Mosteiro → feitos quando as máquinas e a modernidade estavam mudando o mundo

Juntos, eles formam a trilogia histórica de Indaiatuba, um conjunto que mostra como nossa cidade evoluiu e cresceu.


🎯 Por que isso é importante para as crianças como você?

Porque esses prédios:

  • São parte da nossa identidade
  • Contam a história de quem viveu aqui antes de nós
  • Guardam tradições, memórias e modos de construir
  • Nos ensinam a cuidar e valorizar o lugar onde vivemos

Proteger o patrimônio histórico é como cuidar de um livro muito especial — o livro da nossa cidade.



____________________________________________________
____________________________________________________


Todos os textos para crianças no blog estão sinalizados com *** no título para facilitar sua busca

Este post está vinculado com outro texto que pode ser usado por professores para fins de aprofundamento. Veja aqui.

domingo, 9 de novembro de 2025

Indaiatuba e suas Marias

HUGO ANTONELI JUNIOR*

Indaiatuba tem mais de 11 mil Marias. Você deve conhecer alguma. Se não for sua mãe, sua tia, vizinha, colega de trabalho ou filha, pode ser você mesma, ou podem ser todas. Toda mulher tem um pouco de Maria.

Esse é o nome mais usado no Brasil, informou um levantamento inédito divulgado pelo IBGE, com dados do Censo 2022, em novembro de 2025. Em Indaiatuba, entre 2020 e 2022 quase 500 famílias saíram do Cartório de Registro Civil com uma Certidão de Nascimento com Maria como primeiro nome.

É um nome que não sai de moda e está, segundo o IBGE, na liderança entre os nomes escolhidos pelos pais em quase todas as décadas, exceto a década de 1980. Há 4,3% da população de Indaiatuba de Marias. É, de longe, o nome mais utilizado na cidade.

E as origens? São muitas, assim como os significados. O mesmo Censo mostrou que quase 80% da população de Indaiatuba, estimada em 267 mil, é cristã, seja católica (54%) ou evangélica (23%). Isso pode explicar a maioria das escolhas. Maria é o maior nome feminino no universo cristão, desde a mãe de Jesus até as padroeiras – do Brasil ou das cidades. São todas uma. Uma são todas.

Maria pode significar vidente, senhora soberana, pura e até amada, tudo o que os pais esperam de um novo bebê que chega, apenas elogios ou bons prognósticos. Em relação às médias de algumas cidades, Indaiatuba fica abaixo, existem municípios em que 22% das pessoas se chamam Maria. Este também é o nome mais usado no mundo, ainda segundo o IBGE. Na Espanha, por exemplo, de cada quatro mulheres, uma se chama Maria, um percentual de 24%.

Isso relembra que Indaiatuba está no mapa. Não é possível fugir disso. Não há pedágio que separe a cidade do contexto que a cerca, passando pela região metropolitana, pelo Estado de São Paulo e pelo Brasil, não deixando assim uma cidade com mania recente de se autodeclarar diferenciada, como se não existisse em um contexto.

São Marias que constroem diariamente essa cidade e foi assim desde sempre. Elas estão pegando transporte público bem cedo, nas cozinhas dos restaurantes, na limpeza da casa, na educação dos filhos – seja como mãe ou como educadora na escola ou creche -, mas também empreendendo, definindo políticas públicas, vendendo bolo, terreno, pizza, roupas, dirigindo um carro, trator ou negociando na bolsa de valores. São as Marias que fazem de Indaiatuba e do Brasil o que somos.

Dar nome às coisas é o início de entender o que elas são. E os nomes dos filhos de Indaiatuba, que mantém uma taxa de cerca de três mil nascimentos por ano – metade em geral, meninas -, dizem muito sobre a gente continuar sendo – mesmo sem perceber – os mesmos de sempre. E isso pode não ser ruim. Talvez ainda sejamos os mesmos.

As Marias mostram que continuamos sendo paulistas, brasileiros, com fé e esperança – porque as crianças seguem nascendo e criança é futuro. O passado nos lembra que foram Marias (como dona Leonor e Aydil) que construíram essa cidade que temos hoje. E o futuro de Indaiatuba passa, inevitavelmente, pelas Marias.

_____________________________________________________

*É jornalista com passagens pelo Comando Notícia, TV Sol, Mais Expressão, Rádio Jornal, G1, Alesp, pós-graduado em Gestão Pública e Ciências Sociais, promotor de um projeto de História de Indaiatuba com a página Indaiatubanos no Instagram e de um projeto de Jornalismo na Escola desde 2023.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

A HISTÓRIA DA PRAÇA PRUDENTE DE MORAIS

        Charles Fernandes




Quando, em 1873, o novo leito ferroviário recém-instalado cercou a cidade ao sul, já se imaginava que o vetor de crescimento resultante de Indaiatuba seria ao norte, em direção à antiga estrada Itu–São Carlos (atual Campinas). Mas isso não seria novidade: o antigo Cemitério São Benedito, abençoado em 1838, junto com a inauguração da Candelária, localizado a apenas duzentos metros dela — onde atualmente é o quarteirão do Banco Itaú — já havia sido substituído pelo Cemitério São José em 1868, pouco mais distante, no local onde hoje está o prédio dos Correios, corroborando que a cidade cresceria nessa direção.

Nos últimos anos do Império, ali era o perímetro urbano da cidade — a Rua Nova (atual Bernardino de Campos) —, e foi nesse local que a Casa de Câmara e Cadeia se instalou em 1888, quando o entorno formava apenas um largo aberto e descampado. Logo depois, em 1907, o primeiro prefeito de Indaiatuba, na recém-instaurada República, major Alfredo Camargo da Fonseca, promoveu a urbanização do local, construindo o primeiro jardim e dando-lhe o nome do terceiro presidente do Brasil, Prudente de Morais, falecido poucos anos antes. Em 1916, foi construído o primeiro coreto. Poucos canteiros ajardinados, bolsões de acesso para carroças e cavalos marcam esse primeiro desenho.

Em 1944, teve início a obra dos Correios, no local do Cemitério São José, pois o Cemitério de Taipas da Candelária já havia sido inaugurado em 1899 e o terreno estava desativado.

Com a chegada da festa dos 25 anos da Revolução Constitucionalista de 1932, em 1957, houve muitos preparativos — entre eles, o traslado dos restos mortais de vários combatentes. Entre os primeiros a receber tal honraria estava o voluntário João dos Santos, que foi exumado em 1956 e teve seus restos mortais levados para o recém-inaugurado Memorial do Soldado Constitucionalista, junto ao Ibirapuera, na cidade de São Paulo. Motivada por esse importante evento, em 1956 a Praça Prudente de Morais recebeu uma grande reforma, que modificou o traçado original em pedra portuguesa, instalou o busto do voluntário em frente ao edifício da Câmara, no local de um antigo bolsão de acesso, demoliu o coreto anterior e construiu um novo, em linguagem art decó (atualmente desfigurado). Nesse mesmo ano, também foi construído o Cine Rex, igualmente em estilo art decó.

O ano de 1956 parece ter sido de grande inovação e prosperidade para Indaiatuba: o prefeito era Lauro Bueno de Camargo e o presidente da República, Juscelino Kubitschek. Quase simultaneamente à construção de Brasília, Indaiatuba inspirava-se na arquitetura modernista inovadora e construía sua nova Prefeitura, que fora apelidada, com certo exagero, de Brasilinha, devido aos seus traços arquitetônicos. A face da quadra da Rua Cerqueira César com a Praça Prudente de Morais — com a nova Prefeitura e os Correios — passou a ser a mais moderna e arrojada da cidade.

Por um curto espaço de tempo, cerca de pouco mais de dez anos apenas, o atual coreto conviveu com a antiga Casa de Câmara e Cadeia, que, na década de 1960, foi demolida para a construção da fonte luminosa. Também foi reformada a parte mais ao norte da praça, criando novos canteiros onde antes havia bolsões de estacionamento defronte ao Cine Rex e aos Correios. A praça passou a ser o local do footing, onde os jovens se encontravam, caminhando em trajetos opostos e lançando olhares colineares. Mais adiante, nas décadas seguintes, a praça ligava as antigas sedes sociais do Indaiatuba Clube e do Clube 9 de Julho. Por mais de cem anos, foi o ponto de encontro mais importante da sociedade indaiatubana.

A atual configuração da Praça Prudente de Morais segue o traçado dessa época. Tendo recebido ainda quiosques de alimentação e, mais recentemente, um banheiro público, é conhecida atualmente pelo apelido de Praça dos Bancos.

Nenhum bem da Praça Prudente de Morais é tombado pelo patrimônio histórico de Indaiatuba — nem o imensamente rico piso em pedra portuguesa (que já teve texto exclusivo sobre ele), nem o busto, nem a Bíblia, nem o coreto, nem a fonte e muito menos o traçado do jardim de 1905, reformado em 1956 e 1969.

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

ENCANTO E POESIA

Texto de Sérgio Mateus Squilanti

 

Encontrei-me com Acrísio de Camargo num sonho; desde adolescente, na década de 1960, ao cantar o hino indaiatubano nas aulas de Música e nas comemorações cívicas do então Colégio Estadual Dom José de Camargo Barros, eu o procurava.

“Alma Sombria”. Por que o poeta assim definia a alma da cidade, na letra do hino composto em parceria com Nabor Pires de Camargo, responsável pela melodia? Eu não tinha alma sombria, nem meus colegas. Muito menos a cidade; verdadeiro ou falso, conhecida pela alta incidência de raios ultravioleta e irradiação solar elevada. Iluminação aqui não faltava. “Nosso sol tem calor de amizade”, definiria um slogan da prefeitura municipal, na década de 1980.

Quando me deparei mais diretamente com a letra do hino indaiatubano, aos 16 anos de idade, a época era de Alegria-Alegria, festivais de música popular brasileira, passeatas, contestações ao regime militar. Efervescência social que varria o país de ponta a ponta, aqui também replicada. O município iniciava um ciclo acelerado de desenvolvimento econômico, com a instalação de multinacionais que nos tornaram conhecidos mundialmente.

Mas, ao cantarmos o hino indaiatubano, éramos lembrados do tipo de alma que tínhamos: sombria, lúgubre, triste, melancólica, carrancuda, obscura, nublada, sinistra, tenebrosa, macabra e todos os demais sinônimos pejorativos disponíveis no Google.

Eu não me conformava com essa definição, e, quando algo me incomoda, mexe comigo, e me dou conta de que não posso fazer nada para alterar o que me contraria, eu sonho. Meus sonhos são sempre longos e demorados; tenho pilhas de cadernos onde eu os anoto há décadas. A maior parte deles é indecifrável. Mas, como adiante veremos, este não foi o caso.

O sonho está anotado em um dos meus cadernos mais antigos. Relata o dia em que me encontrei com Acrísio de Camargo: 9 de dezembro de 1930, aniversário da cidade, dia da inauguração do monolito comemorativo ao centenário de elevação de Indaiatuba a Distrito de Paz da Jurisdição de Itu, quando o hino indaiatubano seria executado em público pela primeira vez.

Um dia de festa, promovido pelo legendário prefeito Major Alfredo Fonseca, que governava a cidade há 25 anos, e que deixaria o cargo no ano seguinte, retornando à prefeitura quatro anos depois.

Encontrei-me com Acrísio às quatro e meia da manhã no Largo da Matriz e, ainda sonolentos, juntos, ouvimos emocionados a Corporação Musical Sete de Setembro entoar a Alvorada, seguida de uma salva de vinte e um tiros, que além de espantar o sono, afugentou todas as pombas e passarinhos das torres da igreja e das imediações.

Perambulamos pelas ruas contíguas à igreja matriz Nossa Senhora da Candelária, conversando com muitas pessoas que, apesar do horário, marcavam presença, curiosas com os festejos, e, alegres, cumprimentavam Acrísio; algumas solicitando receitas de remédios, por exercer ele, na cidade, a profissão de farmacêutico.

Às seis horas da manhã, dirigimo-nos até o Paço Municipal, no centro da praça central da cidade, para reverenciar o hasteamento do pavilhão nacional. Às dez horas, a manhã foi encerrada com uma solene missa campal que, contritos, acompanhamos e, ao final, até comungamos.

Vocês sabem que nos sonhos tudo é permitido, e, no meu, Acrísio era católico, assim como eu. Atualmente sou bem mais eclético.

Apesar de toda essa intimidade, talvez por ainda não conhecer a letra do hino indaiatubano, que só seria entoado ao meio-dia, no mesmo Largo da Matriz, por um coro de senhoritas, não abordei o poeta sobre a razão da alma sombria do município, mesmo porque nada indicava que esse estigma pairasse sobre as cabeças dos indaiatubanos, principalmente naquela data, uma vez que o próprio poeta era bastante alegre e divertido, o que se confirmou à noite, no salão do Cine Internacional, ao som da animadíssima Jazz Band, quando o agora meu amigo comprovou que além de poeta e farmacêutico era um ótimo bailarino, disputado pelas moçoilas presentes.

Acrísio estava sempre bem vestido, elegante e jovial em seu terno listrado, cabelos engomados, como era moda; apenas 31 anos de idade. Embora não fosse indaiatubano, pois nascera em Jundiaí, mas por ser poeta conhecido e admirado, morasse e trabalhasse em Indaiatuba, fora convidado a escrever a letra da mais importante peça cívica-musical do município, que a partir do auspicioso 9 de dezembro de 1930, e pelos 95 anos seguintes, seria cantada e recantada por dezenas de milhares de vozes, de todas as idades e gerações, nas escolas, em comemorações oficiais e em praça pública, apesar de nossa alma sombria.

Depois do baile e de algumas doses a mais de bebida, de madrugada, quando cada um retornava à própria casa, criei coragem e questionei o poeta sobre porque qualificar a alma da cidade de forma tão negativa e se ele concordaria em reescrever a letra do hino indaiatubano ou admitir que alguém, um vereador ou prefeito, propusesse a substituição do termo por um outro mais adequado à realidade.

Ele estranhou, surpreendeu-se, pois, para ele, “sombria” não tinha a mesma conotação que para mim. Encarava como um termo romântico, típico do final do século XIX e das primeiras décadas do século XX, quando pululavam canções, poemas e romances, com características lúgubres semelhantes, a exemplo de A Dama das Camélias” ou da modinha Perdão Emília, e da épica Coração Materno, canção em que o filho mata a própria mãe para, a pedido da amante, arrancar do peito da genitora o pulsante coração que,  mesmo assim, o perdoa, imortalizada na voz de Vicente Celestino, entre tantos outros romances, poemas e composições no mesmo estilo “melancólico”, “sombrio”, para dizer o mínimo.

- Sombrio, mas com “encanto e poesia”, contestou Acrísio. - E você se esqueceu da sequência: “E parece sorrir o seu claro infinito, a pensar: Indaiatuba sem par”, acrescentou o poeta com um sorriso compreensivo, recitando versos do hino indaiatubano.

Foi nesse momento que ele e eu nos demos conta de que éramos de épocas distintas. Passado e futuro se confrontando, separados por dezenas de décadas, postados em arcabouços históricos radicalmente diferenciados ou mesmo antagônicos.

- Você veio do futuro para reclamar da minha poesia? Propor que a letra do hino que compus seja reescrita?

Ainda que me sentindo um espião, com a identidade revelada, fiquei tentado a dizer: sim! “Campo florente, tão vasto e bonito”, onde? Já nem tem mais campo na cidade, é só condomínio, e avenidas asfaltadas, eu ia argumentar, mas me dei conta que, em 1930, com pouco mais que 5 mil habitantes, Indaiatuba, de fato, poderia ser considerada um “ninho”, e para o poeta, “de amor caro e gentil”.

Os indaiás, que cobriam extensas áreas da cidade, aos quais ela deve o nome, só seriam totalmente exterminados muitas décadas à frente. À época da composição da letra do hino indaiatubano, quando Acrísio tinha apenas 31 anos de idade, podiam, de fato, compor, juntamente com outras espécies nativas, um campo florente, vasto e bonito, numa cidade com pouquíssimas edificações.

Atualmente, não restou quase nenhuma palmeira indaiá, o que não seria motivo para mudar o nome da cidade, ou seria? Tuba (muito, em tupi-guarani). Indaiá, a referida palmeira de porte baixo, produtora de cachos de coquinhos. Em resumo: muito indaiá (que já não há mais por aqui).

“Com seu ar e seu clima, és uma rosa no mais lindo recanto do Brasil”. Outro verso do referido hino que me passou pela cabeça contestar. O ar em Indaiatuba ainda é bastante respirável, comparei e admiti, mas o clima, como em todo planeta, está em colapso, e no verão, aqui ou alhures, é de sofrer. Porém, olhando a Indaiatuba da época, pelos olhos inspirados do então jovem poeta, não tinha como contestar seus versos: “ó terra querida e venturosa”, ainda que autonomear-se “o recanto mais lindo do Brasil” seja um certo exagero, se comparado com outros recantos do país; mas o elogio passa como licença poética para quem coube a responsabilidade definir a cidade, há quase um século atrás, na letra do hino a ela dedicado.  

“Berço feito de sonhos e de amor... os teus filhos te saúdam com ardor”.

Não há como não amar Acrísio de Camargo, embora o conheçamos tão pouco, ou, basicamente pela letra do hino indaiatubano.

E, depois de estar com ele e de tanta discordância e questionamentos, acordei resignado e convicto de que, afinal, alma sombria é melhor do que não ter alma alguma, e que dá até para engatar, ainda que forçando um pouco a barra, um cunho sonhador nos sombrios, cheios de encanto e poesia, como eu, ou como você.

Hino de Indaiatuba - SP

Salve, ó terra querida e venturosa,
Santo ninho de amor caro e gentil,
Com teu ar e teu clima és uma rosa
No mais lindo recanto do Brasil.

Salve, ó Berço querido onde nasci,
Berço feito de sonhos e de amor...
Hoje em festa, a cantar, pensando em ti,
Os teus filhos te saúdam com ardor.

O teu campo florente é tão vasto e bonito!
E tua alma sombria
Tem encanto e poesia!
E parece sorrir o teu claro infinito,

A pensar
Indaiatuba sem par.

 


Prefeitura Municipal divulga programação para a Semana da Consciência Negra 2025

      Programação une caminhada, cinema, debates e cultura em diferentes espaços da cidade



A Prefeitura de Indaiatuba, por meio da Secretaria de Cultura e com apoio do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir), realiza entre os dias 16 e 20 de novembro a Semana da Consciência Negra 2025. A programação, que acontece em diversos espaços da cidade, propõe momentos de reflexão, aprendizado e celebração da cultura negra, com atividades voltadas a todas as idades.

A abertura será no domingo (16/11), a partir das 7h30 com concentração no Casarão Pau Preto, e saída 8h, para uma caminhada pelo centro da cidade em uma ação que simboliza o movimento coletivo pela igualdade racial e pelo respeito à diversidade. A iniciativa é organizada pelo Compir e contará com atividades de aquecimento e integração dos participantes.

Durante a semana, a programação segue com exibições de filmes, rodas de conversa, oficinas, exposições e apresentações culturais, que abordam temas como representatividade, racismo, literatura e arte.

Na segunda-feira (17/11), o Topázio Cinemas exibe o longa Malês, direção de Antônio Pitanga, seguido de debate e roda de conversa com a palestrante professora Dra. Nádia Nogueira, com ingresso solidário de 1 litro de óleo para o Funssol.

Na terça-feira (18/11), o Casarão Cultural recebe a exposição Racismo no Esporte a partir das 19h. Na Biblioteca Municipal haverá uma oficina de letramento racial, também às 19h, realizada pelo Compir.

Na quarta (19/11), tem Roda de Conversa sobre o livro Cartas para Minha Avó, da escritora Djamila Ribeiro, mediado pela advogada e mestranda em sociologia Francine Oliveira da Silva e a professora Dra. Nádia Nogueira. O encerramento da programação ocorre na quinta-feira (20/11) com o CorAção, evento de Hip-Hop no CEU do Jardim São Conrado, a partir das 9h.

De acordo com a Administração Municipal, a Semana da Consciência Negra é um momento de valorização da história e da contribuição da população negra na construção da cidade e do país, além de fortalecer o compromisso de Indaiatuba com a promoção da igualdade racial e o combate ao racismo.

“É uma semana de escuta, diálogo e aprendizado coletivo. Falar sobre consciência negra é reconhecer nossa diversidade, promover respeito e reafirmar o compromisso com a equidade racial”, destaca o Compir.

A importância da Semana da Consciência Negra

Celebrada em 20 de novembro, data que marca o Dia Nacional da Consciência Negra e homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência contra a escravidão no Brasil, a semana convida toda a sociedade a refletir sobre os impactos históricos e sociais do racismo e sobre a necessidade de ações contínuas pela justiça e pela representatividade.

Mais do que uma comemoração, a Semana da Consciência Negra é um chamado à responsabilidade coletiva, de reconhecer, valorizar e promover a cultura afro-brasileira em todos os espaços. É um lembrete de que a luta por igualdade e respeito deve ser permanente, e que a educação e o diálogo são os caminhos mais potentes para transformar realidades.

Serviço:

Caminhada - Semana da Consciência Negra

Domingo - 16/11/2025

Horário: 8h

Local: Parque

Responsável: Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial)

Classificação: Livre


Exibição do Filme: Malês (Dirigido por Antônio Pitanga)

Segunda-feira - 17/11/2025

Horário: 19h

Local: Topázio Cinemas (Shopping Jaraguá)

Classificação: 14 anos

Ingresso solidário – 1 litro de óleo


Exposição de Quadros Racismo no Esporte

Terça-feira - 18/11/2025

Horário: 19h

Local: Museu Reginaldo Geiss / Casarão Cultural Pau Preto

Classificação: Livre

 

Oficina de Letramento

Terça-feira - 18/11/2025

Horário: 19h

Local: Biblioteca Municipal Antônio Modanesi

Responsável: Compir (Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial)

Classificação: 12 anos

 

Roda de Conversa: Livro Cartas para minha Avó (autora Djamila Ribeiro)

Mediado pela advogada e mestranda em sociologia Francine Oliveira da Silva e a Profª Drª Nadia Nogueira

Quarta-feira - 19/11/2025

Horário: 19h

Local: Biblioteca Municipal Antônio Modanesi

Classificação: 12 anos

 

CorAção Hip-Hop

Quinta-feira - 20/11/2025

Horário: 9h

Local: CEU Jardim São Conrado

 

#PraTodosVerem: A arte consta uma mão fechada preta com um fundo geométrico étnico para ilustrar os dizeres: Semana da Consciência Negra. De 16 a 20 de novembro.

 

 

Postagens mais visitadas na última semana