Nossa cidade se prepara, nos próximos dias, para um dos seus mais incríveis eventos aromáticos: a florada do jequitibá branco.
Gigante da Mata Atlântica, o jequitibá branco (Cariniana estrellensis) tem como características principais, sua altura de até 45m e seu tronco que pode chegar a 1.20m de diâmetro; seu fruto lenhoso tem formato de fornilho de cachimbo, o que também lhe dá um outro nome popular, de cachimbeiro.
É uma espécie de “clímax” de floresta, ou seja, é totalmente dependente de uma série de condições ecológicas que propiciem sua dispersão, polinização e proteção das mudas para que consiga prosperar ou até mesmo ocorrer nas matas ciliares e capões de Mata Atlântica remanescentes em nossa Indaiatuba. Esta espécie “climace” necessita que os ecossistemas estejam protegidos para que possa manter sua população.
É espécie nativa de Indaiatuba e região e uma das árvores símbolo do município.
Onde você poderá achar um jequitibá branco para de deleitar com o aroma adocicado de sua florada?
Na Praça Prudente de Morais tem dois indivíduos, um ao lado do coreto, e outro em frente do Bradesco. O que está em frente ao Bradesco, possui uma das maiores copas de toda a arborização urbana da cidade, com cerca de 25 metros de diâmetro e mais de 400m² de área, muito maior que a maioria dos lotes urbanos da cidade.
A Avenida Major Alfredo Camargo da Fonseca e a Avenida Itororó são arborizadas com Jequitibás, e o cruzeiro que formam, na região central de Indaiatuba pode ser visto do espaço.
O mais belo Jequitibá, e o que rende as mais belas fotos, está no Jardim do Casarão Pau Preto, e é enorme, leve dois ou três colegas para poder abraçá-lo.
Em frente à Prefeitura, ao lado das figueiras (falsa seringueira), há jatobás e um belo abacateiro que formam uma bela área arborizada, onde existem também jovens jequitibás que já se destacam em porte. No futuro, esta será uma área ainda mais incrível do que é hoje, pois os jequitibás foram plantados formando uma parede verde a norte.
No chafariz, existem jequitibás que se destacam pelas cascas rugosas.
O maior jequitibá da cidade, é o enorme morador do Jardim Jequitibá, que está em uma Área de Preservação Permanente, também protegido pelo Programa de Recuperação de Nascentes do SAAE.
Fenologia: A florada do jequitibá branco ocorre entre os meses de outubro e dezembro, quando recebe também novas folhas. Os frutos amadurecem entre julho e setembro, quando a planta perde grande parte se suas folhas. É considerada uma espécie semidecídua, pois caduca parcialmente na estação seca. Caducar, também é uma expressão usada para descrever o processo de perder as folhas, para evitar assim a evapotranspiração. Para humanos, a correspondência mais precisa seria dizer que "caducar" seria o processo de se perder os cabelos com a idade.
Reprodução/Dispersão: O jequitibá tem um fruto lenhoso, típico da família das lecythidaceae, onde também podemos achar a Sapucaia (lembra, quebra o coco e não arrebenta a sapucaia?), e a castanha do brasil. As sementes do jequitibá possuem uma incrível estratégia de dispersão, chamada de ANEMOCORIA. Quando maduros, os frutos destacam uma tampa pela parte inferior, e as sementes saem voando, pois possuem uma membrana que possibilita seu voo.
Existem diversas espécies na cidade, que se utilizam desta estratégia, as tipuanas, os ipês ou os jacarandás do campo; mas a mais interessante é a ENORME semente do ARARIBÁ que chega a mais de 15 centímetros e voa. Eu conheço alguns na cidade pra você tentar achar: no Parque Ecológico tem, no Mosteiro de Itaici também, mas o mais fácil fica no Parque do Mirim no fim da subida, em frente ao Mirante.
Chamamos de dispersão a estratégia que as plantas possuem de espalhar seus frutos e sementes, sendo que anemocoria é caracterizada pela ajuda dos ventos. Também pode ser por hidrocoria com ajuda de água ou zoocoria quando são animais que dispersam as sementes, seja ingerindo-as e defecando longe da planta, transportando de forma consciente como a cotia faz com o fruto do indaiá - ou simplesmente transportando de forma inconsciente como o picão. Quando a planta não possui dispersor externo, dizemos que é autocórica, ou seja, ela mesma dispersa.
Etimologia: jequitibá – do tupi guarani "jequi-ti"= o covo pontuado; "ibá" =fruto. Nome popular e genérico de árvores da ordem ericales, família das lecythidáceas. São árvores de grande porte, com até 50 metros de altura e troncos com diâmetro superiores á 5 metros. São nativas da mata Atlântica e ocorrem apenas na região sudeste do Brasil.
CURIOSIDADE
Já houve várias tentativas de fazer o tombamento de árvores em Indaiatuba, mas até agora isso não se viabilizou. Já a cidade de Campinas possui um Cadastro de Árvores Tombadas como Patrimônio Ambiental, esta placa com QR code é do Jequitibá Rosa símbolo da cidade, o "Seu Rozinha", que fica defronte a prefeitura.
Fontes:
Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil I Harri Lorenzi. -- Nova Odessa, SP : Editora Plantarum, 2002.
https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2022/03/biodiversidade-em-indaiatuba.html
https://historiadeindaiatuba.blogspot.com/2020/05/6-curiosidade-sobre-historia-de.html
Dicionário de Palavras Brasileiras de Origem Indígena – Clóvis Chiaradia e Dicionário Informal
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