Hugo Antoneli Junior*
A primeira vez que eu quis
dirigir um carro com Indaiatuba impressa nele foi durante o meu trabalho no
Comando Notícia, site mais acessado da cidade entre os anos de 2015 e 2020. A
ideia era contar histórias da cidade para uma nova cidade que se formava. Indaiatuba
tem um caráter cosmopolita, recebe pessoas de todos os lugares – dos maiores
como São Paulo, uma das maiores cidades do mundo, até a paranaense Mariluz,
minúscula no entorno de uma praça, distante 700 quilômetros, carregando ainda
nuances nordestinas e mineiras.
Durante as eleições de 2020
escolhi contar a história do Hospital Augusto de Oliveira Camargo, dos seus
fundadores, de dona Leonor, a protagonista desta história. Sempre me
impressionou um hospital de portas abertas ser pensado e construído antes do
SUS – que só veio quase na década de 1990 e era moderno para a ocasião, imagine
para os anos 1930. Durante as conversas com as pessoas, percebi que a história
era desconhecida para uma massa dos moradores da cidade, alguns até nascidos
aqui.
Fiz testes ao longos dos tempos
seguintes com outras histórias como o Crime do Poço ou até mesmo o caráter
agrícola da cidade que foi dos tomates, das uvas e das bicicletas, mas todas
caíam em um grande: “eu não conhecia” que vinha seguido de um “gostei muito de
conhecer a história da cidade.” No final de 2022, quando precisava de um carro
para trabalhar, resolvi revisitar essa vontade de percorrer a cidade com a
própria cidade estampada nela e com planejamento de alguns meses pensei sobre a
arte de um dos lados da Kombi, o que se materializou ainda no primeiro semestre
de 2023. De uma lado, são 14 pontos turísticos espalhados e misturados de um lado do
veículo.
Toda a arte feita por um amigo está sob o Parque Ecológico, maior e mais importante obra da história de Indaiatuba, feita sob encomenda do prefeito Clain Ferrari para o arquiteto Ruy Ohtake, há cerca de 40 anos. Da direita para a esquerda estão o Parque da Criança (1), a Pista de Skate (2), os primeiros exemplares da Palmeira Indaiá (3), que nomeia a cidade, os pássaros do Parque Ecológico (4) e as pontes vermelhas (5), alinhados com o Mirante do Parque do Mirim 96), e com o Barco (7), junto ao Cristo da Ário Barnabé (8), coberto por um dos três aviões (9) que representam a proximidade com Viracopos. Ainda há o Ciaei (10), teatro que é sede da educação na cidade, a Igreja Nossa Senhora da Candelária (11), a Prefeitura (12), o Museu Ferroviário (13) e o próprio Parque Ecológico (14). Do outro lado, são 13 pontos de referência.
Adesivar meu carro de trabalho
com Indaiatuba também é uma forma de agradecer à cidade que me acolheu há 20
anos nos mesmos moldes que acolhe e abraça a todos que escolhem colher de suas
oportunidades. É um presente e homenagem a Indaiatuba que seguirá e só
aumentará nos próximos tempos. Não consigo medir o quanto as pessoas enxergam o
desenho, mas quando consigo observar – parado esperando o semáforo abrir -, o
olho de uma criança buscando lugar o desenho aos lugares e acompanhando o
partir da Kombi com os olhos como quem quer fotografar aquele momento para
coletar todos os detalhes – é neste momento que vejo que meu dever está sendo
cumprido. O nome da Kombi é Indaiatuba e a história dela não pode ficar parada.
*É jornalista com passagens pelo
Comando Notícia, Rádio Jornal, G1, TV Sol, pós-graduado em gestão pública e em
ciências sociais.
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