Muitos pensam que o grupo de pessoas que está se mobilizando contra esse (atual) projeto de expansão de Viracopos é contra a expansão, contra o desenvolvimento, contra a modernidade, contra a geração de empregos. Não é isso. Como se diz popularmente, “uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa”.
Expandir o aeroporto todo mundo é a favor,
mas a forma como isso será feito sim,
é motivo de análise, reflexão, discussão
e... se necessário resistência organizada.
O último projeto elaborado, ou melhor, o penúltimo, antes desse que está sendo apresentado com o EIA-RIMA que será discutido amanhã no CIAEI (que contempla uma distância entre as novas pistas de três quilômetros) (SIC!), previa a distância de menos de um quilômetro entre as mesmas, o que faria com que a maior parte das áreas atingidas e onde está concentrada a maioria dos possíveis danos ambientais fosse preservada.
Por que a área para a expansão foi ampliada para quase 14 milhões de m2 é uma incógnita, uma vez que a quantidade de pistas permaneceu a mesma. Precisa tanto?
Precisa sim, se levarmos em conta somente (e tão somente, quero destacar) a especulação imobiliária decorrente desse “novo” e exagerado projeto. Corrijam-me, por favor, se eu estiver errada. Vamos dialogar sobre isso!
Vejamos: somente faz sentido essa grandiosidade toda e seus consequentes 37 impactos ambientais se futuramente propriedades industriais e comerciais se assentarem na área. Ou não? E o pior... o projeto original não avançava sobre áreas preservadas (um raro remanescente de cerrado), restringia-se à áreas já degredadas do entorno das pistas atuais.
O movimento de aeronaves com a ampliação será de um tráfego de um pouso ou decolagem a cada três minutos. A poluição ambiental e sonora desse sobe-e-desce não deixará a população dormir (a não ser que blindem suas casas) e em pouco tempo causará um fenômeno clínico denominado “síndrome do avião sobre a cabeça”, cujos efeitos são problemas respiratórios, surdez e stress crônico.
A solução seria, então, diminuir consideravelmente a distância entre as pistas, de modo o que o aeroporto expandido não alcance as áreas cultivadas, a vegetação nativa e as centenárias colônias alemã (Friburgo) e suíça (Helvétia) que por ali se estabeleceram a mais de um século e onde preservam seus costumes e tradições. Mesmo assim ainda deixaria exposta população – cerca de 40 mil pessoas - dos outros bairros que foram mantidos no entorno de Viracopos (povoados, na maior parte, de maneira irregular). O correto seria a desapropriação dos bairros, tirando aquele povo dali e dando condições para que ele se estabeleça em outro lugar através de uma indenização justa em dinheiro. E isso não é ideia minha, nem do grupo que está se mobilizando para participar da Audiência Pública. É simplesmente... o projeto original!
Que seja feito o correto, e não o que alimenta a ganância de políticos!
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