sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ESCOLA DE AVIAÇÃO DE INDAIATUBA


Eliana Belo Silva

Coluna semanal "Identidade Indaiatubana" - Jornal exemplo de 16.10.2015



A "Escola de Aeronáutica de Indaiatuba" foi criada pela Lei Municipal no. 278 de  4/9/1951, pelo então prefeito Lauro Bueno de Camargo mas foi revogada logo no ano seguinte pelo prefeito Jacob Lyra.


Pelas fontes históricas que temos do período, podemos conjunturar que o prefeito Lauro autorizou a implantação da escola sob pressão de seu xará Lauro Magnusson, o mais célebre piloto amador destas bandas naquela época, mesmo não tendo sido este, proprietário se sua própria aeronave.


A escola tinha boas pretensões: formaria pilotos e mecânicos, para isso contando com uma parceria com certo ‘Comandante da Escola Santos Dumont’.



AEROCLUBE


Descrito por cronistas e memorialistas como tendo um temperamento inquieto, o piloto amador Lauro Magnusson cursou pilotagem em Itu e em Campinas e, junto com amigos de hobby,  havia organizado, já na década de 1940, o Aeroclube de Indaiatuba, que não era nada mais do que um descampado de terra batida servido por um alto armazém – solene e atrevidamente chamado de hangar - rodeado por quiosques, todos cobertos com folhas da palmeira indaiá. 


Essa arquitetura toda e os movimentos de decolagem e pouso aconteciam  nos arredores de onde hoje é a Casa de Repouso Indaiá, mais conhecida como Teiadão, naquele terreno arenoso, arredio, seco, onde essa palmeirinha dava como chuchu.



MAGNÍFICO CAMPO DE AVIAÇÃO


Além do hangar de 15m X 15 m coberto inicialmente apenas com sapé e a pista empoeirada que cegava as jovens damas de nossa cidade que iam por lá passear nos raros momentos de movimentos da aviação civil indaiatubana, o Campo de Aviação de Indaiatuba  tinha 750 metros de comprimento e 150 metros de largura. 


    O projeto havia sido aprovado pelo então prefeito Dr. Jácomo Nazário (aquele que foi médico no HAOC durante muitos anos, inclusive na época da inauguração, e que, em vários momentos, só havia ele), que alardeou que, entre outros projetos de melhoria na infraestrutura de nossa cidade, estava a instalação de um ‘magnífico’ campo de aviação para treinamento.


Consta que o campo tinha até um ‘guarda-campo’ (zelador) que morava na esquina da atual avenida Tamandaré com rua Adhemar de Barros.




CONDUTORES DE VEÍCULOS


Depois que o campo de aviação foi desativado e os pilotos amadores saíram de cena, foi a vez de condutores amadores tomarem o lugar: o descampado passou a ser usado por motoristas em treinamento. Os que estavam fazendo aulas em auto- escolas para obter a Carta de Habilitação iam lá, de maneira informal, conduzidos por familiares, para ‘guiar’.  (Bonito, né...)




CRESCIMENTO URBANO


Na década de 1960, com o hangar em ruínas, o prefeito Romeu Zerbini reservou aquela área para formar um Distrito Industrial. Os roncos dos aviõezinhos monomotores foram substituídos pelas máquinas e sirenes da Metalúrgia Puriar, Metalúrgica Ilma, Fieiras Sinterizadas Nacional (FSN), entre outras.


O hangar desapareceu de uma vez por todas e no seu lugar, no começo da década de 1970, com a dedicação e esforço do médico psiquiatra Paulo de Tarso Ubinha e do advogado Dr. Abel Francisco Vieira Job, foi inaugurada a Clínica de Repouso Indaiá, que até hoje possui a fachada original.


No ano de 2005 o nome da clínica passou a ser Instituto de Reabilitação e Prevenção em Saúde Indaiá. Em 18 de abril de 2008 o Dr. Abel, um dos fundadores da clínica, faleceu aos 74 anos. 





Instituto de Reabilitação e Prevenção em Saúde Indaiá (Teiadão)

Crédito da imagem: Revista Exemplo




Campo de Aviação de Indaiatuba

Crédito da imagem: Acervo da Fundação Pró-Memória



1947. Primeiro grupo de "brevetados" de Indaiatuba. 
Lauro Magnusson, Chiquinho Candello, Eduardo Linhares e outros. 
Acervo Art-Foto / Sergio Ueda.



Fonte: http://www.clubecav.com/2011/07/aerodromo-de-indaiatuba-1950



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