Há muitos anos, Indaiatuba tinha a Rua da Palha, atualmente Rua Pedro Gonçalves.
Esse nome vem do tempo em que a colônia da Fazenda Pau Preto ficava em continuação do prédio da sede. As casas eram cobertas com sapé e havia muita palha espalhada. Aí começava a rua da pobreza....
Tais casas eram, na maioria, feitas de barrotes, e de pequena altura. Na esquina com a atual Bernardino de Campos ficava o caminho do chafariz, e lá embaixo estava a célebre biquinha de água potável.
Era esta a rua das lavadeiras e nela morava a melhor delas: Nhá Zabé Alemoa.
No fim da rua, que era bem conservada pela Prefeitura, tinha o chafariz; era uma nascente em um poço bem fechado, do qual saía um cano que jorrava água na frente de uma parede, onde tinha uma escada de cada lado.
A bica era alta do piso, o qual era feito de lajes e pedras assentadas, ficando assim um plano seco e limpo. Para aí vinham os carrinhos com latas para serem cheias de água.
Embaixo da bica havia uma grelha de ferro, pela qual saía a água que corria por baixo das lajes, indo até um ribeirão de águas profundas e limpas, no qual as crianças nadavam e pescavam.
Crédito da imagem: Reminiscências de Indaiatuba
Antônio Zoppi
Ao lado do chafariz, a Prefeitura tinha construído um telheiro de esteios de madeira sextavada, coberto com telhado de quatro quedas d´água e tendo gradinhas em redor, cujo piso era de lajes, tendo canos por onde corria a água captada do brejo e com altura necessária para as lavadeiras colocarem as suas tinas e bacias de lavar roupas.
Ali mesmo tinham seus varais de arame farpado, dos quais pendiam grandes quantidades de roupa pra secar.
Nessa rua, o movimento era intenso.
Pela manhã, até às 10 horas, todos precisavam ir buscar água no chafariz, serviço feito pelas crianças.
Havia carrinhos de uma, duas e até três latas, conforme o tamanho do rapaz que carregava.
Era nisso que se ganhava um tostão por lata de água baldeada.
Aquele que levava água para o Grupo Escolar ganhava mais que os outros.
Entre os rapazolas, havia os briguentos, que furavam a fila à frente da bica, tendo início então as brigas, onde quebravam carrinhos, amassavam latas e faziam os menores chorarem, quando então vinham as lavadeiras para separar os contendores.
Fonte: "Reminiscências de Indaiatuba" de Antônio Zoppi.
Leia também: http://historiadeindaiatuba.blogspot.com.br/2015/04/o-rio-do-bicudo-buerao.html
Embaixo da bica havia uma grelha de ferro, pela qual saía a água que corria por baixo das lajes, indo até um ribeirão de águas profundas e limpas, no qual as crianças nadavam e pescavam.
Crédito da imagem: Reminiscências de Indaiatuba
Antônio Zoppi
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