sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Randolfo Moreira Fernandes

                                                                                  Coluna Semanal IDENTIDADE INDAIATUBANA

Jornal Exemplo

Eliana Belo Silva

25.09.2015

Randolpho Moreira Fernandes

Por Randolfo (grafia atual, mas não original - que é Randolpho) Moreira Fernandes conhecemos a escola que formou muitos indaiatubanos, e também o prédio onde atualmente está o Centro Cultural Vanderley Peres, mesmo a Escola não estando mais ali. Mas a biografia daquele que é patrono desta escola, poucos conhecem.


Randolpho foi o primeiro educador diplomado a lecionar em nosso município; todos antes dele eram leigos - que davam aulas sem a devida formação específica - condição comum na época, mesmo porque o diploma não era exigido. Por esse fator de diferenciação, foi escolhido para ser o patrono do então imponente novo prédio construído para ser o Grupo Escolar de nossa cidade, através de um decreto de 21 de abril de 1932.


Randolpho nasceu no Estado do Rio de Janeiro, no município de Barra Mansa no dia 23 de dezembro de 1856, filho do Capitão João Moreira Fernandes e de D. Cândida Rosa do Nascimento. Talvez por conta da vontade ou influência da família relativamente abastada, pensou em estudar medicina, mas logo percebeu que não tinha vocação para essa carreira e foi ingressar na tradicional Escola Militar, tendo sido Cadete do Império e até conquistando a amizade de D. Pedro II.


Ali também não encontrou vocação e após também tentar a carreira religiosa, decidiu ser professor. (Bom, talvez não tenha sido tantos fatores de indecisão, afinal - porque não? Quase todo professor é um pouco médico, um pouco militar, um pouco padre e um pouco de outras funções também). O fato é que Randolpho fundou um colégio na cidade de Queluz,  ainda no Estado do Rio de Janeiro.


Consta que se formou professor normalista com 19 anos pela Escola Normal Caetano de Campos, em São Paulo. Logo em seguida veio para Indaiatuba, onde assumiu o cargo público de “Aferidor da Câmara Municipal”, sendo responsável pela conformidade de pesos e medidas do nosso município, uma espécie de INMETRO (em pessoa física) da esfera municipal do século 19. Também foi nomeado “professor das primeiras letras para o sexo masculino” na cadeira da então Vila de Indaiatuba.


Com 28 anos, uma indaiatubana lançou de vez o coração do mestre Randolpho e em 30 de agosto de 1884 casou-se com ela: Vitalina Augusta de Cerqueira. Tinham três filhos: Benedito Randolfo Fernandes, Cyrene da Conceição Fernandes e Deuzalina Fernandes.


Além de lecionar em Indaiatuba, Randolpho professou sua sabedoria em outras cidades: Bragança, Bom Jesus do Buquira, Freguesia de Cruzeiro, Piracicaba, Sorocamirim, Cotia, Caçapava e finalmente Tremembé do Norte, onde faleceu com 49 anos, no dia 4 e outubro de 1905, sendo sepultado em São Paulo, capital.



A Escola Randolfo Moreira Fernandes funcionou no prédio da praça D. Pedro II até o ano 2000, quando, mesmo sobre os protestos das principais partes interessadas, professores, funcionários, alunos matriculados e antigos e familiares foi compulsoriamente transferida para um prédio construído originalmente para ser uma maternidade, na rua Alberto Santos Dumont, onde já havia funcionado a Escola Hélio Cerqueira Leite e a FIEC. Ficou ali até 2006, quando novamente foi transferido para o Jardim Alice, onde está até agora.


Ali tornou-se o Centro Cultural Vanderley Peres, que cumpre a nobre função de ser sede da Secretaria da Cultura e desenvolver várias tarefas de múltiplos saberes. Mas para aqueles que passam por ali e olham para o prédio, a memória logo remete ao Randolfo-escola, prédio, aliás, que precisa ser conservado à risca da forma original que foi construído.


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