quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Os primeiros presbiterianos de Indaiatuba

            Eliana Belo Silva

Coluna Semanal "Identidade Indaiatubana"

Jornal Exemplo de 10/12/2015


PRESBITERIANOS EM INDAIATUBA


Foi há 104 anos atrás, em dezembro de 1911, que o primeiro núcleo rural presbiteriano em Indaiatuba se reuniu na casa de Luiz Sthal, em Mato Dentro, no bairro onde – segundo pesquisas divulgadas até agora – teria ocorrido outras reuniões embrionárias, sendo a primeira na casa da Sra. Pedrina Soares Wolf.


Conta a historiadora Profa. Martha Barbosa de Andrade Marinho, entusiasta pesquisadora do tema, que a primeira reunião na casa da Sra. Pedrina foi feita com o apoio da congregação já existente em Monte-Mor, onde se acomodavam vizinhos, parentes e amigos em reuniões cada vez mais concorridas, todos recebidos por ela, “convertida e interessada em propagar a sua fé”.


Também em 1911 reuniões aconteceram no chamado núcleo urbano, mais precisamente na Rua Pedro de Toledo, na residência de Isabel Sauer (que doaria, em 1912, o terreno para a construção de um templo) e também na residência de Aprigio Alves Ferreira, esta comandada pelo Reverendo James Peter Smith e o seminarista Benedito Gregório da Silva, um leigo que se tornou pregador e que continuou a visitar o pequeno grupo que ali se reunia. Consta que nessa reunião realizada em 20 de agosto de 1911, eles ficaram hospedados no hotel do sr. Hemetério Rodrigues, foram recebidos pelo Major Alfredo Camargo Fonseca e dirigiram a palavra para mais de 50 pessoas.





INOVAÇÃO

Conta a historiadora profa. Martha, que os fiéis eram convidados à leitura bíblica responsiva e a dirigir orações individuais e espontâneas que podiam ser feitas não só pelo pastor, mas por um pregador ou leigo que assim quisesse participar expressando “seus sentimentos através de uma letra mais pessoal, emotiva, de apelo ou exaltação”. Esse acolhimento, essa possibilidade de participação efetiva dos fiéis nas reuniões, foi uma novidade na época, um fator de atração que fazia com que cada participante convidasse outro para participar, fazendo crescer a comunidade.





CANTICOS PIONEIROS DE LOUVOR


Os fiéis também louvavam através de canções sobre assuntos alusivos ao calendário cristão, que surgiram principalmente das grandes campanhas evangelizadoras do século XIX, que começaram nos Estados Unidos e Inglaterra e que foram trazidas pelos missionários enviados ao Brasil ainda no período Imperial.





CONGREGAÇÃO PRESBITERIAL


Em 1929 os núcleos da cidade de Indaiatuba e do Bairro do Mato Dentro são transformados em “Congregação Presbiterial”. Três anos depois, em 1º de maio de 1932, deu-se a organização da comunidade que passou a ser chamada de Igreja Presbiteriana de Indaiatuba, inicialmente formada pelas famílias Almeida, Bianchini, Paratelli, Stahl, Stein e Wolpi, logo em seguida congregando também as famílias Boccia, Candello, Fahl, Ims, Inhauser, Klinke, Krahembull, Lima, Nicolucci e Shoereder, algumas de origem luterana, muitos dos quais usaram o templo presbiteriano para seus cultos, dada a estreita relação entre luteranos e presbiterianos.


Desde o primeiro salão (que media 12 metros e meio de frete por 18 metros e meio) que reuniu os presbiterianos construído no terreno doado por Isabel Sauer na rua Boa Vista até os dias de hoje, o local utilizado como templo cresceu muito, incluindo a construção de um pavilhão específico para educação religiosa das crianças e jovens, iniciada em 27 de agosto de 1961. Outras comunidades presbiterianas surgiram na década de 1970: a do Bairro Santa Cruz e outra na rua Tuiuti, onde também foi foram construídas salas para a escola dominical. Presbiterianos também organizaram templos no Jardim Morada do Sol e Jardim Tropical. 



A historiadora Martha, agraciada neste 9 de dezembro, ano do 185º aniversário de Indaiatuba pela comenda “Medalha João Tibiriçá Piratininga” pelos serviços prestados à nossa municipalidade, está preparando um livro sobre a história da comunidade presbiteriana em Indaiatuba, o qual esperamos com ansiedade para podermos conhecer mais da história desses fiéis, que como outros de outros credos, tanto engrandecem nosso município, principalmente ao realizarem trabalhos de caridade e filantropia.

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