A chamada Estrada Velha de Campinas (atualmente
SP-332) é uma rodovia do estado de São Paulo idealizada por Washington Luís,
que foi presidente de São Paulo de 1920 a 1924, construída em grande parte com
a utilização de mão de obra de presidiários, com base em uma lei que ele mesmo
conseguira aprovação enquanto deputado estadual, em 1913.
Uma "excursão presidencial" para inspecionar
os trabalhos que estavam sendo feitos nessa estrada de rodagem registrou as
fantásticas imagens abaixo cujo crédito foi dado para certo Sr. Eduardo Dale,
que fazia parte da comitiva, e que foram publicadas na revista "A VIDA
MODERNA" (1):
Início da Estrada na Avenida Speers
Movimento de terra junto à grande
ponte metálica
Veículos puxados por animais
adestrados (sem condutores)
Presidiários no serviço
história das estradas nohstória das estradas em Sâo Paulo
Brasil
Uma das pontes "quase
terminada"
história
das antigas estradas
Transportando bueiros de ferro
Trator Fordson com o
respectivo rolo
Os excursionistas avaliando um dos
trechos da estrada
Aterro na Serra dos Cristais
(Jundiaí)
Ponte em construção na Serra D´Água
Vista de alguns quilômetros da estrada observados da Serra dos Cristais
A comitiva inspecionou as obras em um sábado, e
fizeram parte dela: Washington Luís, Heitor Penteado (Secretário da
Agricultura), Alfredo Braga (diretor de Obras Públicas), Thimoteo Penteado,
chefe do 1o. distrito da mesa diretoria e Eduardo Dale, secretário geral da A.
P. de estradas e rodagem (que fotografou).
As oito horas e 15 minutos saíram do Palácio dos
Campos Elyseos em direção à Perdizes, entrando às oito e meia na Avenida
Speers, pela passagem inferior da Sorocabana, onde tinha início a "grande
estrada estadual". Poucos minutos depois chegaram à grande ponte metálica
sobre o Rio Tietê, na ocasião "completamente terminada" e sobre
a qual passam dezenas de pequenas carroças transportando terra para a
construção de um pequeno trecho.
A estrada mantinha em toda a sua extensão de 108
quilômetros uma largura mínima de outro metros e uma rampa máxima de oito por
cento. 62,800 quilômetros eram de São Paulo até Jundiaí e 45,200 quilômetros
eram de Jundiaí até Campinas. A comitiva divulgou que a inauguração deveria ser
no "próximo dia 1o. de Maio" e, quando terminadas as obras, o trecho
todo poderia ser feito com duas horas e 30 minutos.
Os excursionistas almoçaram no Bosque dos
Jequitibás e, antes de retornarem para São Paulo, passou por Indaiatuba, Itu,
Cabreúva, Pirapora, Parnahyba, Baruery, Osasco e Pinheiros, tendo demorado 9
horas esse trajeto de volta.
O motivo foi que, após passarem por Indaiatuba,
"duas grossas pancadas de chuva atrasou os automóveis".
(1) Edição de 17 de março de 1921- Hemeroteca da
Biblioteca Nacional
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