Conhecido pela qualidade de vida, o residencial possui paisagem exuberante
O loteamento surgiu no início da década
de 1970, época em que o Vale era um extenso laranjal. As primeiras casas
ficavam bem distantes umas das outras, sendo que algumas eram as únicas da rua.
Era um território a ser desbravado, e um verdadeiro refúgio para quem buscava a
tranquilidade e a beleza de um recanto junto à natureza.
O imigrante português Cândido Azevedo Alves, proprietário da imobiliária que leva o seu nome,
percebeu o potencial do Vale logo que chegou em Indaiatuba, em 1972. Ao
adquirir os lotes, investiu na divulgação e rapidamente conseguiu compradores.
"No início do empreendimento, meu pai chegava a trazer de São Paulo até
dois compradores por dia", afirma Cândido de Matos Alves, o Candinho,
filho de Azevedo e morador do Vale.
Panfleto de 1974
Com o passar do tempo, muitos foram atraídos pelas características
do local, visto como um oásis, distante do barulho e agitação da cidade grande.
"Assim que coloquei os pés aqui, me apaixonei pelos flamboyants",
relembra dona ‘Conchita’. "Hoje eles não existem mais - cederam lugar às
vias asfaltadas", complementa.
Interação e conquistas sociais
Interação e conquistas sociais
Para Candinho,
"a criação da Associação trouxe mais conforto e segurança aos moradores;
através dela conseguimos iluminação pública, vigilância, asfalto e como
consequência houve significativa valorização dos imóveis".
A Associação não possibilitou apenas facilidades para os
residentes do local, vizinhos tornaram-se amigos, que passaram a organizar
frequentes festas e reuniões sociais.
"Na década de 1980, época de minha
infância, costumávamos organizar a festa junina, e cada proprietário levava um
prato.
Havia uma união muito bacana entre as pessoas, nos divertíamos
muito", relata Candinho. Hoje em dia as festas no salão social do Vale são
raras.
Dona Conchita explica que as residências são projetadas para possuírem
tudo o que as pessoas necessitam, e ninguém precisa mais sair de casa para
atividades de lazer, fortalecendo o conceito de ‘ficar em casa’.
A partir de então, o
‘Seu Vargas’, como é conhecido de todos, coordenou todas as atividades do Vale,
sendo o responsável pela administração geral e gestão dos contratos de
serviços. "Trabalho com profissionais sérios e competentes, o que
possibilita a boa realização das tarefas", afirma Vargas.
Verde que te quero ver
O
jardim e sua ampla variedade de espécies é um dos principais motivos de orgulho
dos que lá habitam. A manutenção da área verde, que compreende roçagem, limpeza
e cuidados com as plantas, fica a cargo da empresa contratada pelo condomínio.
Boa parcela dos moradores da primeira fase do residencial ainda pode ser encontrada, porém, nos últimos anos o perfil de quem vive no Vale mudou bastante. "No início, as pessoas vinham para passar o fim de semana; poucos moravam aqui", conta Maria da Conceição Silva, a ‘Conchita’, moradora do Vale há 13 anos.
Com a chegada de novos moradores, desenvolveu-se naturalmente a
integração entre os vizinhos e percebeu-se a necessidade de melhorias de
interesse coletivo. Assim, em 1980, foi criada a Associação dos Amigos do Vale
das Laranjeiras, tornando-se então um loteamento fechado.
Em 2010, com novo estatuto, a denominação passou a ser Associação
dos Moradores do Vale das Laranjeiras. Neste período, o residencial passou a
ter um administrador, cargo ocupado por Vitorino Vargas. Com essas mudanças, o
Vale ganhou o aspecto de condomínio fechado, embora não seja.
Na gestão de Harold Bouillon,
morador do Vale desde 2004, houve diversas melhorias, sendo a principal delas a construção do
muro em torno do loteamento.
Com uma área total de aproximadamente cem alqueires, o Vale possui
três lagos circundados por vegetação variada, como a grama esmeralda e a planta
maranta, espécie muito utilizada para a forração, pois apresenta uma combinação
de cores variadas, entre os verdes claro e escuro, o branco e o prateado.
Em um cantinho do Vale das Laranjeiras, na Praça Cantanhede, está
a vegetação do bioma do Cerrado, chamada de savana brasileira. O Cerrado é o
segundo maior bioma da América do Sul, ficando atrás apenas do amazônico, e
ocupa hoje 25% do território nacional, o que corresponde a 240 milhões de
hectares.
Uma
das iniciativas da
Associação para aproximar
os moradores do residencial
foi a criação do
jornal interno Frutos do
Vale, publicação mensal interna
com informações sobre
realizações da administração,
atividades organizadas
por moradores, dicas de
lazer, jardinagem, entre
outros.
O
jornal publicou, na seção Vale em
Trovas os versos abaixo, de composição de Sonia
Lodi, mãe da moradora Aline Ferle,
que se deixou conquistar
pelos encantos do local.
É bom despertar cedinho
com o canto da passarada.
Saímos do nosso "ninho"
já com a alma lavada.
Nas manhãs ensolaradas
ou à tarde, a qualquer hora,
crianças despreocupadas
brincam pelo Vale afora.
Enquanto o dia transcorre
há festa na natureza.
Tudo no Vale concorre
para exaltar a beleza.
Há aves em revoada
enchendo de som os ares.
Há flores, frutas douradas
alegrando nossos lares.
À tarde, à beira dos lagos,
depois dos nossos labores,
temos da brisa os afagos
e o aroma das flores.
É de sentir-se enlevado
contemplar das pederneiras
o pôr do sol alaranjado
no Vale das Laranjeiras.
Esse momento sagrado
predispõe-nos para a prece.
E sob o céu estrelado
o Vale todo adormece.
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