terça-feira, 31 de março de 2009

As Origens do Jardim Morada do Sol

texto de Eliana Belo Silva


Por volta do início do século XIX existia na região sul da cidade de Indaiatuba uma fazenda denominada Engenho D Água, pertencente à uma tradicional família indaiatubana, a família Barnabé.

Esta fazenda teve sua sede construída por volta de 1807, utilizando a técnica em construção em taipa de pilão, muito utilizada na época (mais precisamente em barro, com madeira e cipós entrelaçados, com largura aproximada de 64 a 72 cm). Mais tarde algumas de suas paredes foram construídas com tijolos.

A partir de 1970, estas terras começaram a ser loteadas. O primeiro bairro a surgir deste loteamento foi a CECAP, mais precisamente o Núcleo Habitacional Brigadeiro Faria Lima.

Mais tarde, em 1980, contrariando a orientação dada por pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública da USP, que em 1972 haviam pesquisado o nosso município, diagnosticando que

"a proximidade com o Distrito Industrial traria alguns problemas futuros para seus moradores, com a poluição, trazida pelos regime dos ventos, muito característicos daquela região"

o então prefeito Clain Ferrari aprovou através do Decreto Municipal no. 2081 de 19/03/1980 , o loteamento da região, denominado "Jardim Morada do Sol".

Ao longo da ocupação do loteamento, vieram muitos migrantes paranaenses, principalmente da cidade de Moreira Sales, desanimados com as condições em que lá viviam, condições estas, que se agravavam com a substituição das lavouras de café, milho e feijão, com as quais trabalhavam, por lavouras de amora, utilizada para a criação do bicho da seda, que passou a ocupar grande espaço da economia da região de Moreira Sales. Com isto muitas famílias acharam melhor mudar-se. Foi assim, então, que os paranaenses de Moreira Sales vieram para Indaiatuba, mas especificamente no Jardim Morada do Sol.

Pessoas de outras regiões do estado de São Paulo, e de outros estados e também de Indaiatuba também vieram morar neste bairro, atraídos pelo crescimento de indústrias que passaram a se instalar na cidade.

Como todo surto migratório, consequencias positivas e negativas foram decorrentes. Houve um aumento desordenado da população em curto espaço de tempo, ocasionando falta d´gua, falta de escolas, falta de empregos e crescimento da mão-de-obra não qualificada, o que ocasionou uma queda nos salários. Por outro lado, as pessoas se fundiram na cultura da cidade e se integraram ao restante da população.
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Fontes:
  • ALVES, Silvane R. L., ANTONIETTO, Luis Fernando B. Projeto: Rede de Ensino em Indaiatuba. Programa de Integração Arquivo-Escola. Fundação Pró-Memória de Indaiatuba. Indaiatuba (SP) 1996.
  • PAIVA, Celso Lago. História da Técnica das Construções Coloniais em São Paulo. Indaiatuba (SP). Fundação Pró-memória de Indaiatuba. 1996. 49p.;il.
  • STEIN, Fernando, Indaiatuba hoje, ontem e sempre. Indaiatuba (SP) 1980.
  • Jornal Diário Votura de 07/02/1986; 18/02 1995 e 25/02/1995.
Leia mais sobre taipa de pilão:
Leia mais sobre o Jardim Morada do Sol:
http://www.revistadatribuna.com.br/a_edicoes/revista_12_07/ruas.htm

Um comentário:

  1. Eu e a minha família fomos uns dos primeiros moradores do jardim morada do sol, viemos de são paulo pra cá em 1987. Estudei no antigo casarão e na sede da antiga fazenda engenho d'agua. Acompanhei todo o crescimento desse bairro, a inauguração da avenida ário barnabé, mini hospital em 1992 com show do saudoso bolinha, a minha turma fez a imigração da escola suzana benedito gigo ayres, em 1993. Saudades desse tempo.

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