segunda-feira, 22 de junho de 2009

40 mil páginas da memória de Indaiatuba

.A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba está trabalhando desde o mês de abril no Projeto “40 mil Páginas da Memória de Indaiatuba”.
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O projeto tem como objetivo resgatar os casos criminais dos 2.328 documentos do fundo do Cartório de Registro de Imóveis de Itu, desde 1892 até a década de 60. Trata-se de levantamentos de casos que servirão a pesquisadores.

.Alguns casos que marcaram época:
  • Em 1937 ocorreu um incêndio na loja “Secos e Molhados”, do proprietário Francisco Bozelli, no qual o armazém ficou totalmente destruído e foi um dos grandes acontecimentos na cidade já que o fato aconteceu em uma manhã de domingo de páscoa. Em função do acontecimento o dono acabou se suicidando. Foi uma comoção na cidade.
  • Em 1945, outro caso, que ainda permanece na memória de Indaiatuba, foi o incêndio na Fábrica Mazzoni, que ficava localizada na rua Bernardino de Campos esquina com a rua Ademar de Barros. A indústria produzia cabos para guarda-chuvas e houve uma explosão do tambor de tinner com aproximadamente 20 litros. O acidente causou a morte de um dos donos, Athos Mazzoni e mais seis jovens operárias.
  • Em 1947, outro incêndio na fábrica de madeiras “Cida”, localizada na rua Pedro de Toledo, 173, também com ocorrência de incêndio, atingiu o coração de Indaiatuba. Em 1958, um caminhão atropela um menino de bicicleta na rua 24 de maio.
  • Um dos casos mais interessantes acontece entre as décadas 30 e 40. O índice de suicídio atinge níveis altíssimos. Foi descoberto que a maioria dos casos, estavam ligados ao defensivo agrícola (venenos utilizados na agricultura de batatas, tomates, entre outros). Este afetava o sistema nervoso das pessoas, levando-as a depressões profundas. Por isso a causa de tantos suicídios. É uma explicação que os pesquisadores conseguiram detectar, depois de muitas análises.
  • Na década de 40, onde está situado o SAAE hoje, na rua Bernardino de Campos, era a área destinada a instalação de parques de diversões. Era comum na época, as pessoas portarem armas e um homem reunido a seu grupo de amigos na rua, pegou a sua arma e comunicou que pretendia rifa-la. Sem querer, o dedo esbarrou no gatilho e disparou um tiro, que acabou acertando um trabalhador, que naquele momento estava montando o parque Bela Vista. Como o disparo foi acidental, rendeu um inquérito policial. Através desta história é possível localizarmos como era a rua Bernardino de Campos, destinado a permanência de Parques.
As fotos registradas na época retratam os acontecimentos marcantes aos seus habitantes. Porém, o que é importante, segundo o superintendente da Fundação, Marcelo Alves Cerdan, é que estes documentos trazem inúmeras informações como a localização, arquitetura, as vestimentas de cada época.

.“Os documentos são janelas para que possamos adentrar ao passado para entendermos as práticas culturais daquela época. Assim, cada pesquisador irá atrás do tema que quiser”, conclui Marcelo.
Este trabalho está sendo realizado no Museu Republicano de Itu, de onde os documentos não podem ser retirados. No planejamento inicial a previsão para a finalização do projeto era de um ano até que todo material, aproximadamente 300 peças criminais, pudessem ser catalogados e disponibilizadas através da Internet.

Marcelo informou na tarde de ontem, segunda-feira, que aproximadamente a sexta parte do projeto já está executada e que a previsão para o término é 2010, quando ele espera então, disponibilizar o material o mais rápido possível para os pesquisadores.

Acidentes de trem, mortes por afogamento, acidentes de carros, suicídios, agressões, incêndios, estupros, defloramentos e assim por diante, estão devidamente documentados e darão acesso a toda dinâmica da história de Indaiatuba nesse período. Somando-se a outros materiais que o acervo já tem e com a história oral, enriquece ainda mais este manancial de fontes que auxiliam para estudos do passado de nossa cidade.
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Oba!
Sem dúvida uma excelente notícia (1) para nossa Indaiatuba!

Como quase todos os municípios do interior paulista, nosso município ainda está muito carente de conscientização da importância de sua história, de seu patrimônio e de sua memória.

Com certeza, a divulgação do material citado, as reflexões e principalmente possíveis publicações e análises advindas dessas reflexões contribuirão para isso!

Tomara que o prazo seja cumprido, e que o material seja real e facilmente disponibilizado na Internet, conforme planejado e publicado!

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(1) Fontes: release 689 da Prefeitura Municipal de Indaiatuba, da redatora Pérola Werdsheim e e-mail de Marcelo Alves Cerdan para elianabelo@terra.com.br
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Um comentário:

  1. Olá Eliana,
    Meu nome é Maria Cecilia, e sempre venho aqui dar uma espiada no seu blog. Não é a primeira vez que comento aqui, e mais uma vez, venho para dizer que também sou amante da história de Indaiatuba, mas confesso, um pouco, acomodada. Gostaria de fazer mais, estudar, mais e pesquisar mais. Tenho alguns documentos e fotos antigas. Sou nascida aqui. Meu pai venho para cá com 4 anos de idade, por volta de 1950, assim como toda minha família.
    ELe tratabalhou na Sorocabana e sempre guardou todos seus documentos. Parabéns a você, mais uma vez, por toda sua pesquisa e competência.
    Abraços.
    cissapigatto@superig.com.br
    www.cissapigatto.blogspot.com

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