quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Aspectos da Geologia de Indaiatuba (2)

As unidades litológicas da estrutura geológica de Indaiatuba são caracterizadas a seguir, no que diz respeito às áreas de ocorrência, direção de estruturas, rochas e sedimentos mais comuns e suas utilizações possíveis (1):
a) Gnaisses do Complexo Amparo: A ocorrência destas rochas abrange uma área relativamente pequena de 12Km2, à leste de Indaiatuba, próxima à bacia de drenagem dos rios Jundiaí e o córrego da Fonte (ou Santa Rita) e do limite com o município de Itupeva. Ocorrem mais frequentemente a biotita (mica) gnaisses, gnaisses migmatíticos e secundariamente a biotita (mica) e xisto, rocha metamórfica cristalina, diferenciada dos gnaisses por uma textura mais fina e predomínio de elementos mineralógicos, lamelares e micáceos. Os gnaisses têm sua utilização dependente essencialmente da textura, estrutura e constituição mineralógica. De um modo geral são inferiores às rochas eruptivas como os granitos, dionitos e outros, mas superiores aos xistos.
b) Granitos Róseos da Fáceis de Itu: Estas rochas eruptivas ocorrem a leste e sudeste do município de Indaiatuba, penetrando no município de Itupeva e a sudeste e sul, no município de Salto, abrangendo uma área de cerca de 60km2. Apresentam corpos graníticos e granodioríticos, de granulação fina e grossa, de cores rosáceas bens aceitos como material de pavimentação e mesmo trabalhos ornamentais. Tem, devido à sua composição mineralógica, reduzida resistência a oscilações rápidas de temperatura. Os dioritos têm granulação média, textura holocristalina e cor escura, sendo seus componentes essenciais o feldspato calco-sódio, hornblenda, mica e augita; têm boa resistência ao intemperismo. Os solos resultantes da alteração das rochas graníticas constituem os "saibros", considerados excelente material para o revestimento de estradas secundárias.
c) Siltitos, Folhelhos e Arenitos da Formação Itararé: As rochas sedimentares da Formação Itararé ocorrem em grande extensão do município de Indaiatuba, próxima de 200km2, alcançando os limites com os municípios de Campinas, Salto e Elias Fausto. Resultaram da consolidação de siltes, argilas e areiais. Como rochas sedimentares, provêm da deposição e ação diagenética dos detritos oriundos da destruição de outras rochas. Junto ao Córrego Barnabé constatam-se em pequena área os soltitos, folhelhos e arenitos, em vários pontos de ocorrência, presumindo-se que as respectivas superfícies de contato são do tipo abrupto. É oportuno lembrar que, da alteração dos siltitos, resultam solos de grande aplicação na indústria cerâmico-oleira.
d) Sedimentos Aluvionares e Coluvionares: Este material resulta da ação titogenética de transporte e sedimentação das águas correntes. Redundam, em última análise, da erosão ou desgaste do relevo terrestre, podendo esta ação ser mais profunda, dando lugar à formação de valores e sistemas hidrográficos ou pode, sob forma de denudação, ativa apenas durante a chuva, restringir-se ao desgaste superficial. Esta última modalidade, conquanto de efeito lento e raras vezes perceptível durante o curto período da vida humana, é responsável, entretanto, por um abaixamento apreciável do escudo continental no correr dos tempos geológicos.

Vê-se, portanto, que os sedimentos aluvionares e coluvionares pela sua formação geológica estão intimamente vinculados às bacias do sistema hidrográfico da região. No caso particular de Indaiatuba, verificam-se ocorrências significativas na calha do Rio Jundiaí, sendo uma na confluência com o Córrego da Cachoeira, com aproximadamente 1,5 Km2 e uma segunda, com cerca de 8,0 Km2, que se desenvolve deste Itaici até a divisa ao sul com o município de Salto. Encontram-se ainda ocorrências no Córrego Barnabé com exposição de 0,5 Km2, no rio Capivari-Mirim, com exposição de 0,3 Km2 e no Córrego do Jacaré e Ribeirão Campo Grande, ambos afluentes da margem esquerda do Rio Capivari. Tais sedimentos são constituídos basicamente de areias não consolidadas, de granulometria variável e argilas.

Constata-se também a presença de turfa com espessura da ordem de metro, no Córrego Belchior e em afluente da margem esquerda do Córrego do Barnabé. Os solos constituintes deste item podem ser utilizados na agricultura e como material de construção.

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(1) Informações e dados retirados (parcialmente) do relatório elaborado pela Guilherme Martins - Engenharia de Avaliações S/C Ltda. no final da década de 1990.
Se você quer fazer inclusões neste texto, fazer críticas ou correções, contate elianabelo@terra.com.br

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