texto de Julio Amstalden (*)
Meu tio Ignaz era colono em Helvetia, onde vivia do cultivo de frutas.
A E.F. Sorocabana possuía um ramal que atravessava a colônia, sendo que a estaçãozinha desse ramal situava-se exatamente em frente ao sítio de meu tio.
Aproveitando esse fato, ele montou um pequeno armazém para servir aos usuários da estação, vendendo também bebidas e lanches.
Minha tia Emília, que residia em Piracicaba, contraiu poliomielite aos 10 anos de idade. Pela proximidade a Campinas, então uma cidade de mais recursos, foi decidido que Emília iria morar com a família do tio Ignaz a fim de se tratar da doença naquela cidade. E assim foi feito.
Emília estudava em Itaici, e seguia todos os dias para a escola de trem, embarcando em Helvetia e desembarcando em Itaici.
No período em que não estava na escola, Emília auxiliava nos afazeres do armazém, que era muito frequentado pelos operários da ferrovia. Acontecia que, não raramente, os operários embebedavam-se com cachaça e acabavam dormindo debruçados sobre as mesas.
Tia Maria, esposa de Ignaz, mandava então Emília pingar gotas de limão nos ouvidos dos bêbados, pois os colonos suíços acreditavam que isso fazia a bebedeira passar.
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(*) Julio Amstalden é educador, bisneto de Francisco Amstalden e neto de Emílio Wolf Amstalden. Trabalha como professor universitário na UNIMEP, leciona no CEMULC -Curso de Extensão em Música e Liturgia da Arquidiocese de Campinas e atualmente reside em Piracicaba. Gentilmente colaborou com o blog, autorizando esta publicação.
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