texto de Julio Amstalden
Durante os anos da Segunda Guerra Mundial, todas as colônias de imigrantes germânicos em solo brasileiro foram perseguidas e atentamente vigiadas.
Isso era parte das relações dúbias de Getúlio Vargas com a Alemanha nazista e com os países aliados.
Corre até hoje em Helvetia a narrativa de um fato verídico ocorrido nesse período, típico de um anedotário e que descreve bem o espírito daqueles tempos.
Aconteceu que dois colonos viajavam de trem de Jundiaí para Campinas.
Como sempre acontecia quando os colonos estavam entre si, conversavam em Schwitzdütch, o dialeto germânico dos cantões alemães da Suíça, naquela época mais falado em Helvetia do que o Português (aliás, foi nesse momento histórico que as repressões forçaram o abandono do dialeto, promovendo uma ruptura com a cultura de origem daqueles agricultores).
O fiscal da Companhia Paulista - que estava percorrendo os carros de passageiros - ao ouvir a conversa dos dois colonos parou ao lado deles e ordenou com autoritarismo:
- É proibido falar alemão no trem!
Os colonos então perguntaram:
- E inglês, pode?
-Ah, inglês pode, sim. Não tem problema.
Os dois colonos continuaram então a conversa em seu dialeto e o fiscal ficou feliz da vida, satisfeito com sua autoridade “obedecida”.
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(*) Julio Amstalden é educador, bisneto de Francisco Amstalden e neto de Emílio Wolf Amstalden. Ttrabalha como professor universitário na UNIMEP, leciona no CEMULC -Curso de Extensão em Música e Liturgia da Arquidiocese de Campinas e atualmente reside em Piracicaba. Gentilmente colaborou com o blog, autorizando esta publicação.
Leia mais sobre a Colonia Helvetia em: http://www.helvetia.org.br/
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