terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Aspectos da Geologia de Indaiatuba (1)

O professor Fernando F.M. de Almeida em seu trabalho “Fundamentos Geológico do Relevo Paulista” (1) propõe uma divisão do Estado de São Paulo em cinco províncias geomórficas:

  • Planalto Atlântico
  • Província Costeira
  • Depressão Periférica
  • Cuestas Basálticas e
  • Planalto Ocidental

O município de Indaiatuba se situa sobre a divisa de duas zonas: o Planalto Atlântico (Serrania de São Roque) e a Depressão Periférica (Zona do Médio Tietê).

Integrando o Planalto Atlântico, a Serrania de São Roque é um planalto cristalino montanhoso. Suas maiores elevações alcançam cerca de 1250m. de altitude, enquanto os soalhos de seus vales se acham geralmente entre 600 e 750 m. Na faixa noroeste da Serrania de São Roque, onde se encontra a parte oriental do município de Indaiatuba, todo o relevo perde gradualmente altura (entre 900 e 600m) até se ocultarem as rochas pré-cambrianas sob a cobertura carbonífera.

A Depressão Periférica é uma área de sedimentos paleozóicos sensivelmente rebaixada pela erosão, entre as terras altas do Planalto Atlântico e as cristais, igualmente elevadas, das Cuestas Basálticas, embora não existam, em pequenas extensões, desníveis apreciáveis entre a topografia da Depressão Periférica e a Zona Cristalina Ocidental. A parte ocidental do nosso município se encontra na Zona do Médio Tietê, que é a região central da Depressão Periférica. Em sua maior parte constituída de sedimentos, apresenta áreas importantes de derrames e instrusões de rochas basálticas, que desempenham papel saliente em sua topografia. De modo geral, a topografia da zona é pouco acidentada, com desníveis locais que só excepcionalmente ultrapassam 200m. O rio Tietê penetra na Depressão Periférica ao se lançar na cacheira de Salto, após receber pela margem direita o rio Jundiaí, nas proximidades de Indaiatuba. O rio Jundiaí, que no Planalto Atlântico desenvolve curso autônomo em relação às estruturas que atravessa, ao penetrar na Depressão Periférica, em Indaiatuba, muda sua direção e adapta-se a uma condição estrutural relativamente frágil.

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(1)ALMEIDA, F.F.M de. Fundamentos Geológicos do Relevo Paulista. São Paulo: Instituto de Geografia, Universidade de São Paulo, 1964. 99p. (Série Teses e Monografias) .

2 comentários:

  1. Muito bom o artigo.Nunca tinha lido nada sobre a Geografia,relevo de Indaiatuba. Existe algum local onde é disponibilizado algum mapa?

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  2. Olá Tiago. Grata a visita ao blog e ao gentil elogio. Não tenho certeza, mas talvez na Biblioteca da Casarão tenha algum mapa dos aspectos físicos e/ou geológicos de Indaiatuba. Abraços.

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